O Conselho de Administração da Petrobras decidiu ontem pela incorporação integral da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
A decisão, comunicada em fato relevante, significa que na prática a refinaria passa a ser um ativo 100% da estatal. Segundo o documento, a incorporação será submetida ao "exame e deliberação dos acionistas'' em assembleia geral, ainda sem data definida.
A Renest, como é chamada a refinaria que está em construção em Pernambuco, seria construída em parceria com a petroleira estatal da Venezuela PDVSA.
A parceria, costurada em 2005 entre os então presidentes dos dois países, Lula e Hugo Chávez, não andou. Até setembro passado, a presidente da Petrobras, Graça Foster, ainda falava que aguardava a PDVSA colocar no projeto a quantia equivalente ao que lhe seria sua participação: 40% do ativo. A estatal adiou várias vezes o prazo limite para a empresa venezuelana se decidir sobre o projeto.
A própria Graça afirmou, em entrevista em maio, que teve uma conversa sobre o assunto com o atual presidente da Venezuela Nicolas Maduro durante sua visita ao Brasil. Nenhum acordo, contudo foi fechado. Na ocasião, a Petrobras informou que as obras da refinaria, tocadas independentemente da parceria, estavam 75% concluídas.
O Conselho de Administração decidiu parar de esperar e incorporar a unidade à lista de ativos da estatal. "A incorporação da refinaria Abreu e Lima S.A. pela Petrobras tem o objetivo de melhorar a execução das obras de construção em andamento e, também, facilitar a coordenação das atividades de refino e distribuição de derivados produzidos pelo conjunto das refinarias da Petrobras'', informa o fato relevante.
De acordo com o comunicado, a incorporação da empresa que hoje é uma subsidiária integral da Petrobras, não envolverá aumento de capital social na estatal. As ações do capital social da Renest serão extintas.