A Petrobras confirmou ontem a indicação da atual diretora de Gás e Energia da companhia, Maria das Graças Foster, para presidir a estatal. Ela vai substituir o atual presidente, José Sérgio Gabrielli, que está no cargo desde 2005. O nome de Graça Foster, como ela é mais conhecida, tem de ser aprovado pelo Conselho de Administração, órgão responsável pela eleição do presidente e dos diretores da companhia.
Em nota, a estatal informou que o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, "já manifestou que vai encaminhar como proposta a ser apreciada na próxima reunião do mesmo, a se realizar dia 9 de fevereiro próximo, a indicação [de Graça Foster para presidir a Petrobras]".
Desde que assumiu a presidência da República, Dilma Rousseff tinha a intenção de nomear sua ex-auxiliar para o posto. Por orientação do ex-presidente Lula, Dilma aceitou manter Gabrielli por um período de transição de cerca um ano.
Graça Foster trabalhou com Dilma no começo do governo Lula, quando a atual presidente era ministra de Minas e Energia. Depois, presidiu duas subsidiárias da estatal, a Petroquisa e a BR Distribuidora, antes de assumir a diretoria de Gás e Energia da empresa-mãe.
Cargo na Bahia
Após deixar a presidência da Petrobras, Gabrielli deve assumir uma secretaria estadual na Bahia. O convite foi feito pelo governador Jaques Wagner (PT). Segundo o governador, Gabrielli e Maria das Graças vão percorrer diversos países da Europa comunicando investidores e clientes da mudança. O objetivo é evitar especulação e acalmar o mercado.
A participação direta no governo baiano é o primeiro passo do presidente da Petrobras rumo à sucessão de Wagner no governo em 2014. Porém, o assunto é tratado de forma discreta entre os aliados.
Projeto político
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que a saída de Gabrielli da presidência da Petrobras não significa desprestígio ao executivo, mas sim uma saída de comum acordo para a condução do seu projeto político. "Não há nenhum desapreço pelo Gabrielli. Muito pelo contrário, temos muito apreço pelo que ele representa", afirmou o ministro.
Segundo o ministro, não haverá grandes mudanças na nova gestão, mas sim "pequenos ajustes". Lobão não confirmou a saída de mais diretores e disse que outras mudanças serão decididas a partir da posse de Graça Foster.
Alinhamento
Lobão descartou que a troca de Gabrielli por Graça Foster seja uma jogada para intensificar o alinhamento da Petrobras com o governo. Segundo ele, não haverá grandes mudanças, uma vez que a futura presidente participou de todas as grandes decisões da empresa.