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Mercado financeiro

Petrobras lança US$ 8,5 bi em bônus; demanda supera US$ 22 bi

A Petrobras lançou nesta segunda-feira (10) uma oferta de US$ 8,5 bilhões em bônus no exterior, com a demanda pelos papéis superando os US$ 22 bilhões, informou o IFR, um serviço da Thomson Reuters. Havia expectativas de que a estatal lançasse montante recorde, acima dos US$ 11 bilhões obtidos em operação similar em maio do ano passado, o que acabou não acontecendo. A subsidiária Petrobras Global Finance está vendendo títulos de dívida em dólares em seis tranches, com vencimentos entre três e 30 anos.

À noite, a Petrobras divulgou nota sobre a operação. "O plano prevê que, de 2014 a 2018, a Petrobras captará um total de 60,5 bilhões de dólares e fará amortizações de 54,9 bilhões de dólares, resultando em uma captação líquida de 5,6 bilhões de dólares no período", informou em comunicado ao mercado.

Pela manhã, em resposta ao anúncio da emissão, a diferença entre o rendimento dos bônus da Petrobras no exterior e dos Treasuries com prazo equivalente aumentou no mercado secundário, com a curva de rendimento dos bônus da Petrobras inclinando cerca de 15 pontos básicos.

A operação compreende US$ 1,6 bilhão em bônus com vencimento em três anos e spread de 250 pontos básicos sobre Treasuries, US$ 1,4 bilhão em papéis de três anos com spread de 236 pontos sobre a Libor de três meses. Inclui ainda títulos com prazo de seis anos: US$ 1,5 bilhão com spread de 330 pontos básicos sobre Treasuries e outros US$ 500 milhões com spread de 288 pontos sobre a Libor de três meses.

Além disso, há US$ 2,5 bilhões em papéis de 10 anos com spread de 350 pontos sobre Treasuries e, finalmente, US$ 1 bilhão em bônus de 30 anos com 360 pontos sobre Treasuries comparáveis, segundo o IFR. Os coordenadores da operação são HSBC, JPMorgan, Citi, Bank of China, BB Investimentos e Bradesco BBI.

Os recursos captados pela Petrobras devem ser usados para ajudar a financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018. Os investimentos da empresa estimados para o período de cinco anos foram reduzidos em quase 7% em relação ao plano anterior, ainda assim para o robusto montante de US$ 220,6 bilhões.

A Petrobras padece de alto endividamento e defasagem dos preços dos combustíveis no mercado interno na comparação com os preços internacionais, além de estar enfrentando obstáculos para elevar sua produção. A ação preferencial da companhia acumula queda de cerca de 22% neste ano até 7 de março, contra perda de 10,2% do Ibovespa.

No ano passado, a Petrobras foi classificada como a empresa mais endividada do mundo em um relatório do Bank of America Merrill Lynch. A empresa vem aumentando o tamanho de suas emissões de bônus em dólares ano após ano, pelo menos desde 2009, elevando os custos de financiamento.

Em maio de 2013, a Petrobras protagonizou a maior captação de bônus em dólares por uma companhia da América Latina, ao vender US$ 11 bilhões nos mercados internacionais. Também foram seis tranches com prazos entre três e 30 anos, e a demanda naquela ocasião superou os US$ 50 bilhões.

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