Após dois anos consecutivos de queda, entre 2011 e 2012, a Petrobras conseguiu reverter a tendência negativa e fechou 2013 com lucro líquido de R$ 23,570 bilhões. O montante representa uma expansão de 11,3% sobre 2012, impulsionada principalmente pelos reajustes de combustíveis aplicados ao longo do ano. A decisão da estatal de adotar a contabilidade de hedge, uma prática contábil que reduz o efeito da variação cambial sobre as dívidas denominadas em dólar, também impactou positivamente o balanço anual.
Veja o balanço da Petrobras em 2013
O lucro de 2013, embora superior ao número de 2012, representa o segundo pior resultado desde 2008, ano marcado pelo início da crise que atingiu a economia norte-americana e se espalhou por todo o mundo. Naquele ano, o lucro da Petrobras se aproximou dos R$ 34 bilhões, patamar que ainda seria superado em 2010, quando atingiu o nível recorde de R$ 35,2 bilhões.
Último trimestre
Observando apenas o quarto trimestre de 2013, a estatal amargou nova queda no lucro líquido. Segundo o balanço, o lucro entre outubro e dezembro foi de R$ 6,281 bilhões, uma retração de 18,9% sobre o quarto trimestre de 2012. Foi a segunda queda trimestral consecutiva registrada pela Petrobras na comparação entre períodos equivalentes entre terceiros trimestres, o lucro havia caído 39%.
O balanço de 2013 ficou marcado por fatores que impactaram positiva e negativamente os números da estatal. A favor da Petrobras pesou o dólar mais benéfico às exportações, a adoção da contabilidade de hedge e os reajustes de combustíveis anunciados entre 2012 e 2013 o último, divulgado em novembro, foi de 4% na gasolina e de 8% no diesel.
A Petrobras também conseguiu resultados importantes de controle de custos ao longo do ano e capturou ganho bilionário com a venda de ativos, como as operações que mantinha na África e que resultaram em um ganho de R$ 1,9 bilhão à estatal no segundo trimestre.
Por outro lado, o dólar valorizado afetou o resultado financeiro, situação parcialmente amenizada pela adoção da contabilidade de hedge. O dólar também ocasionou consecutivos prejuízos na área de abastecimento, responsável pela operação de importação e revenda de combustíveis. Além disso, o ritmo de produção de petróleo no Brasil encolheu em 2013, conforme informado anteriormente pela estatal.
Operacional
Como grande parte dos efeitos negativos sobre a última linha do balanço da Petrobras tem origem em questões financeiras relacionadas à variação cambial, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ajustado da Petrobras cresceu 17,8% em 2013, na comparação com o ano anterior, e totalizou R$ 62,967 bilhões.
Já a receita líquida cresceu 8,4% em igual base comparativa e atingiu R$ 304,890 bilhões. Este foi o maior resultado histórico da companhia.