A Petrobras deve voltar a fazer captações ao longo deste ano para fortalecer seu caixa para cumprir o plano de investimentos do período 2011-2015, que está sendo desenhado. Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, o caixa elevado da companhia, impulsionado pela capitalização de 2010, é suficiente para cumprir os investimentos previstos para este ano, mas não no curto prazo. Para 2011, segundo ele, a Petrobras prevê investimentos de R$ 93 bilhões, ante R$ 76 bilhões investidos em 2010. No ano passado, lembrou ele, eram previstos investimentos de R$ 85 bilhões, mas o volume total não chegou a ser cumprido.
"Temos nível de liquidez extraordinário hoje, mas vamos continuar buscando oportunidades de captação. É saudável e conveniente que nos aproximemos do mercado gradativa e continuamente", disse. Segundo ele, a companhia já foi ao mercado no início do ano e captou cerca de US$ 6 bilhões junto a bancos internacionais. Além disso, segundo Barbassa, houve operações bilaterais que elevaram este valor em mais US$ 2 bilhões.
Investimentos
Barbassa não quis comentar as razões que o Conselho de Administração da empresa teve para pedir nova análise sobre a proposta apresentada para a revisão do plano de investimentos da companhia. A nova versão com números revisados para o período até 2015 estava prevista para ser aprovada e divulgada na última sexta-feira. "É absolutamente natural que o Conselho peça uma análise, se tratando de números tão vultosos", disse. Ele não quis comentar os rumores de que o governo teria indicado que a empresa mantivesse a mesma média de investimentos anuais, reduzindo custos, mesmo com a inclusão de novos projetos.
Segundo a reportagem apurou, o governo quer que a Petrobras mantenha o mesmo valor dos investimentos previstos no plano anterior, de 2010-2014, de US$ 224 bilhões. Para isso, a companhia teria de ajustar sua nova proposta reduzindo cerca de US$ 30 bilhões em custos de diversas áreas.
A manutenção da demanda interna nos patamares já previstos, desestimulando uma pressão maior sobre a inflação, seria um dos fatores que sustentam esta indicação do governo. Uma segunda possibilidade apontada seria a de que o governo teme pela necessidade de realização de uma nova capitalização dentro de algum tempo, caso o ritmo de aceleração dos investimentos seja mantido.