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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que estuda abrir uma subsidiária da estatal no Oriente Médio, inicialmente para a produção de fertilizantes e para fortalecer as relações comerciais com a região do Golfo Pérsico. O novo plano pegou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de surpresa.
O possível novo investimento ocorre após o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, sinalizar que vai aceitar o convite para aderir à Opep+, organização ampliada do “clube” dos produtores de petróleo que dita os preços do óleo no mercado internacional.
Prates diz que analisa a “viabilidade de estabelecer uma subsidiária integral no Golfo: Petrobras Arábia”, segundo declarou à Bloomberg News na última sexta (1º) sem dar mais detalhes de como seria essa unidade.
Um dia depois, ele disse que a nova planta deve ser instalada na Arábia Saudita e voltada à produção de fertilizantes para dar mais segurança ao agronegócio brasileiro e não reduzir os investimentos na exploração de petróleo – estão previstos US$ 73 bilhões para exploração e produção entre 2024 e 2028.
Uma das possibilidades, disse, é estabelecer uma base na região para facilitar o fornecimento de matéria-prima e compra de suprimentos, mas em sociedade com uma planta já existente na Arábia Saudita.
“A ideia é tentar unificar os bons insumos que cada um tem. Por exemplo, nós temos potássio, eles têm componentes nitrogenados. Ambos têm gás, mas o nosso gás é mais caro que o deles. Então como a gente já importa deles, e de outros, a ideia é assegurar um fornecedor mais estável, através de uma sociedade com eles em alguma planta”, afirmou em entrevista à CNN Brasil.
A intenção de Prates em abrir uma operação na Arábia Saudita pegou de surpresa o presidente, que disse que ele tem uma “cabeça muito fértil” e que precisa “aprender o que é isso que ele vai fazer”. “Se a Petrobras tem algum investimento para fazer aqui [Oriente Médio] eu não sei no quê”, completou Lula.
Apesar de estudar abrir a unidade no Oriente Médio, Prates disse que ainda não há nenhuma decisão tomada, e que isso vai competir ao presidente para anunciar a parceria.
“O dia em que a gente for anunciar oficialmente, depois de tomados todas providências e os ritos necessários de decisão da empresa, a constituição de uma nova subsidiária, quem vai dar esse anúncio é o presidente Lula, porque é um passo importante, simbólico e resultado, principalmente, do grande esforço que ele está fazendo para abrir oportunidade para o Brasil, para trazer investimentos para o Brasil e também investimentos estrangeiros em geral”, completou o presidente da Petrobras.
