As ações da Petrobras negociadas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, chegaram a despencar 8% na manhã desta quarta (15) após a demissão de Jean Paul Prates da presidência feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite de terça (14). A queda fez a empresa perder R$ 37 bilhões em valor de mercado.
Os papeis chegaram a ser cotados a R$ 37,50 no começo do pregão, mas deram uma leve recuperada ao longo da manhã e eram vendidos a R$ 38,21 por volta das 11h30, com uma desvalorização menor, de 6,51%.
As perdas na bolsa brasileira foram um reflexo do registrado em Nova York no chamado “pre-market”, em que as ações despencaram 7% no começo do dia e 8% na noite de terça (14) após o anúncio.
As ações da Petrobras têm um peso considerável nas negociações da B3 e influenciaram no pregão como um todo, que registrava uma queda de 1,02%. Em contrapartida, a cotação do dólar subia 0,37%, cotada a R$ 5,149.
Essa queda nas ações e o aumento do dólar já eram esperados após a demissão de Prates. “A impressão que se tem é que a decisão de Lula foi no sentido de forçar a Petrobras rumo ao investimento – o que ele tem todo o direito de fazer – mas inevitavelmente o efeito de curto prazo é a perspectiva que o preço corrente das ações deve ser descontado”, disse o economista André Perfeito à Exame.
A cadeira de Prates deve ser ocupada pela engenheira Magda Chambriard, indicada por Lula ao Conselho de Administração da Petrobras, que deve decidir se aceita ou não a decisão ainda nesta quarta (15). Pela manhã, ela se reuniu com o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, para tomar conhecimento do que o governo espera dela.
Indicado no ano passado para a função, Prates vinha manifestando publicamente divergências com Silveira – a mais recente em relação à distribuição de dividendos extraordinários da empresa, pela qual enfrentou semanas de “fritura”.
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