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No mesmo dia em que a Advocacia-Geral da União (AGU) deu parecer favorável à exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, a Petrobras afirmou que vê potencial para continuar produzindo o óleo por três ou quatro décadas.
A declaração foi dada nesta terça (22) por Joelson Falcão Mendes, diretor de exploração e produção da companhia, confirmando falas anteriores do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de que a exploração da chamada Margem Equatorial vai compensar o esgotamento da prospecção do pré-sal na região Sudeste do país.
“Nossa indústria é de longo prazo. Pretendemos continuar produzindo petróleo dentro de duas, três ou quatro décadas”, disse Mendes durante um painel na 24ª Conferência Anual Santander, em São Paulo.
O diretor da petroleira explicou que as novas tecnologias para reduzir as emissões poluentes permitirão que a empresa continue vendendo petróleo “descarbonizado” no mercado internacional nos próximos anos.
Para contribuir com essa descarbonização, ele explicou que a Petrobras está trabalhando em novas tecnologias para reduzir as emissões de metano e dióxido de carbono de seus combustíveis fósseis.
A companhia também pretende continuar investindo em exploração para expandir suas reservas comprovadas nos próximos anos, que, segundo Mendes, devem crescer na próxima década “no mínimo” acima dos níveis de produção de petróleo bruto.
A Petrobras tem reservas comprovadas de 10,5 bilhões de barris equivalentes de petróleo e uma produção diária de cerca de 2,6 milhões de barris.
Produção de petróleo com fontes renováveis
Para aumentar as reservas, de acordo com Mendes, será necessário que a Petrobras explore novos horizontes petrolíferos, entre os quais ele citou a chamada Margem Equatorial, situada no litoral, entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, e cuja exploração é controversa devido à proximidade com a foz do Amazonas - cerca de 500 quilômetros.
Mendes afirmou que, na próxima década, a empresa espera que sua produção seja baseada em um mix de fontes de energia, que, além do petróleo, será composto por fontes renováveis, como eólica, solar, biocombustíveis e hidrogênio verde.
O executivo ressaltou que, se a Petrobras está investindo em renováveis, está “pensando que elas serão rentáveis”, e não apenas porque são fontes de energia menos poluentes.