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O adiamento da capitalização da Petrobras de julho para setembro pode custar à estatal a perda do grau de investimento em pelo menos uma das três principais agências que avaliam o indicador. A companhia possui certa "folga" nas classificações da Standard & Poor’s e da Moody’s, mas está perto do limite na avaliação da Fitch. Ontem, a estatal anunciou acordo para tomar US$ 1 bilhão em financiamento norueguês.

Nenhuma das agências de classificação comenta o assunto e há certa expectativa não só do mercado, como também da própria Petrobras, de que haja "bom senso" na avaliação. "Tendo o processo de capitalização já sido iniciado e aprovado por seus acionistas, é uma questão de tempo. Portanto, o endividamento já tem solução próxima prevista", comentou um analista financeiro que ainda aposta na manutenção do indicador.

Segundo seus cálculos, a Petrobras deverá anunciar no balanço do segundo trimestre de 2010 um volume de investimentos maior que a geração de caixa no período - a exemplo do que já ocorreu no primeiro trimestre, quando gerou R$ 15 bilhões e investiu R$ 17 bilhões. Tradicionalmente, lembra o analista, a companhia eleva seus investimentos no segundo e no terceiro trimestres, que possuem um maior número de dias úteis, sem aumento de caixa equivalente.

Isso leva a crer que a estatal teria de utilizar parte dos US$ 27 bilhões que possui em caixa, originados de captações anteriores, como as realizadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou com o banco de desenvolvimento da China. O uso dos recursos pode levar a companhia a ultrapassar o limite de 35% de alavancagem (relação entre dívida e patrimônio), que estava em 32% em março.

"O adiamento da capitalização deve aumentar as preocupações de curto prazo sobre o balanço da empresa", comentaram em relatório analistas do Deutsche Bank, resumindo a visão do mercado neste momento. Os analistas lembram também que, além da capitalização, a Petrobras terá de tomar novos financiamentos para cumprir seu plano de investimentos para até 2014, de US$ 224 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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