O rebaixamento dos ratings globais da Petrobras pela Moody's na madrugada desta sexta-feira(30), mostra a difícil situação enfrentada pela empresa. A nota da companhia havia sido colocada em revisão para possível rebaixamento em 23 de dezembro.
Normalmente, isso significa que a agência de classificação de risco tem um prazo de 90 dias para decidir sobre a nota, com uma possibilidade de 50% de rebaixamento.
No entanto, em pouco mais de um mês a Moody's rebaixou a Petrobras e manteve a nota em revisão negativa, o que significa que novos cortes são prováveis no curto prazo. O rating de emissor da Petrobras foi cortado para Baa3, de Baa2, o que significa que, em caso de novo corte, a companhia seria rebaixada para o grau especulativo.
Segundo a Moody's, o novo rating Baa3 da Petrobras reflete o aprofundamento da investigação de pagamentos indevidos, por meio da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que eleva a incerteza sobre a entrega dos informes trimestrais auditados e pode levar a pressões significativas de liquidez.
A Moody's ainda esclareceu que o rating da Petrobras deve ser rebaixado se a companhia não avançar ao longo do próximo mês na elaboração normal dos informes financeiros, principalmente se não houver "outras ações que reduzam as incertezas em torno da capacidade da companhia de cumprir todas as suas obrigações financeiras no tempo adequado".
A agência diz que o balanço não auditado divulgado pela Petrobras no dia 27 não trouxe nenhuma clareza sobre a magnitude dos ajustes que precisarão ser feitos no valor de ativos fixos. "A falta de progresso na revelação de ajustes aproximados não é um sinal encorajador para a entrega no prazo adequado dos informes financeiros anuais auditados", diz o texto.
A agência diz ainda que os ratings da Petrobras também seriam rebaixados se a alavancagem financeira aumentar e a relação dívida/Ebtida ficar acima de 5 vezes, ou se o crescimento da produção ficar abaixo das metas.