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Margem Equatorial

Petrobras reafirma intenção de perfurar na foz do Amazonas e nega crise no governo

Jean Paul Prates
Presidente da estatal, Jean Paul Prates, diz que exploração é uma questão de Estado e que Petrobras depende disso. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reafirmou nesta quarta (19) a intenção da estatal de explorar petróleo e gás natural na chamada “Margem Equatorial” brasileira, a faixa litorânea que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. É lá que a companha está pleiteando uma licença do Ibama para fazer uma perfuração de teste em uma área na foz do Rio Amazonas, o que gerou uma crise interna no governo.

Prates disse que a exploração da área é uma questão de Estado, e que o governo está “se movendo para resolver essa questão internamente”. A declaração foi dará durante uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro.

Segundo o presidente, a disputa com o Ibama, que negou o licenciamento para a perfuração, acabou envolvendo outros órgãos do governo na discussão, como a Casa Civil e a Advocacia-Geral da União (AGU). E chegou à presidência da República, em que o vice-presidente Geraldo Alckmin precisou intervir na crise que acabou sendo gerada entre os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Marina Silva, do Meio Ambiente.

A companhia afirma que a própria sobrevivência da Petrobras depende da exploração desta área, que vai suprir a produção após o esgotamento das jazidas do pré-sal, na Bacia de Campos, previsto para a próxima década.

“Essas bacias vão chegar na sua maturidade, a produção do pré-sal vai chegar ao seu pico ao redor de 2030, 2032, e para a segurança energética brasileira. Para que nós, como companhia, consigamos sobrevivendo como empresa de exploração de petróleo, a gente precisa de novas fronteiras exploratórias”, disse na entrevista o diretor de exploração e produção da Petrobras, Joelson Mendes.

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Aumento da produção de gás

Ainda durante a entrevista, Prates comentou o que seria uma cobrança de Silveira para se aumentar a oferta de gás natural pela companhia, que tem de 45% a 49,6% da produção reinjetados nos poços de exploração segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), por falta de uma melhor infraestrutura de escoamento da produção.

Prates disse que o ministro está na função dele de fazer cobranças e de receber informações, mas que está fazendo seu trabalho corretamente. “Ninguém deliberadamente sonega gás ou deixa de monetizar gás porque quer”, disse.

“Eu respeito o ministro, os ministros, o presidente da República, são os acionistas majoritários e controladores da empresa, mas a gente vai fazendo o nosso trabalho e vai explicando as coisas, como está explicando à sociedade. O fato é que estamos fazendo o nosso trabalho corretamente”, afirmou.

A cobrança pelo aumento da oferta de gás natural começou depois do governo ser questionado pela intenção de financiar a construção de um dos trechos do gasoduto Néstor Kirchner, na Argentina, ao custo de R$ 4,2 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no começo do ano.

Segundo a Coalizão pela Competitividade do Gás Natural Matéria-Prima, a redução pela metade do volume de gás reinjetado nos poços brasileiros viabilizaria investimentos da ordem de R$ 98 bilhões em novos projetos das indústrias química, petroquímica e de fertilizantes que utilizam o combustível.

A entidade, que reúne representantes desses setores e da indústria de gás natural, calcula que o montante permitiria um aumento de R$ 402 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nominal, além de gerar 2,8 milhões de novos empregos, aumentar em R$ 54 bilhões a massa salarial e ampliar em R$ 9 bilhões a arrecadação do Estado por meio de impostos.

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