A decisão da Petrobras de adiar a divulgação de seu resultado no terceiro trimestre para dezembro foi recebida negativamente pelos investidores nesta sexta-feira (14). Após terem caído mais de 5% ao longo do dia, as ações da empresa reduziram a perda no final do pregão, mas fecharam sua quinta semana seguida no vermelho.
Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da estatal cederam 2,94% no dia e 7,50% na semana, para R$ 13,20 cada um. Já os ordinários caíram 2,67% no dia e 7,19% na semana, para R$ 12,78 cada um. No ano, essas ações perdem 22,7% e 20,1%, respectivamente.
A ligeira recuperação dos papéis da petroleira beneficiou o principal índice da Bolsa brasileira. Depois de ter caído 1,85% ao longo do dia, o Ibovespa fechou perto da estabilidade, com leve baixa de 0,14%, aos 51.772 pontos.
O volume financeiro foi de R$ 5,382 bilhões - pouco abaixo da média diária no mês, de R$ 5,949 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. Na semana, o Ibovespa cedeu 2,73%. Foi a segunda baixa semanal consecutiva do índice.
Adiamento
Alegando necessidade de aprofundar a investigação sobre denúncias de corrupção e fazer possíveis ajustes no documento, a Petrobras anunciou ontem sua decisão de adiar para 12 de dezembro a divulgação das demonstrações financeiras do terceiro trimestre.
A PwC (PricewaterhouseCoopers) não assinou o documento, como é exigido por Instrução da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A PwC audita os balanços da companhia desde 2012.
A avaliação de analistas consultados pela reportagem é que o episódio deteriora ainda mais a credibilidade da gestão da empresa, mas que também pode motivar mudanças que serão benéficas no futuro.
"É uma situação complexa para a empresa, mas também uma chance de melhorar sua governança e suas práticas, o que, mais cedo ou mais tarde, bate no lucro", diz Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets. "Quando a empresa adota controles mais rígidos, tem condição por si só de ser mais lucrativa. Se a Petrobras aproveitar para fazer um processo de governança, ganha muito valor sem fazer esforço".
Governo pressiona STF a mudar Marco Civil da Internet e big techs temem retrocessos na liberdade de expressão
Clã Bolsonaro conta com retaliações de Argentina e EUA para enfraquecer Moraes
Yamandú Orsi, de centro-esquerda, é o novo presidente do Uruguai
Por que Trump não pode se candidatar novamente à presidência – e Lula pode
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast