Alexandre Silveira, de Minas e Energia, afirmou que Petrobras pode recomprar refinarias dentro das regras de mercado.| Foto: Ricardo Botelho/MME
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O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, defendeu nesta quarta (27) que a Petrobras recompre refinarias de petróleo que foram privatizadas nos últimos anos, com a alegação de que o Brasil precisa alcançar a autossuficiência de combustíveis.

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De acordo com ele, a estatal deve fazer estudos de recompra das refinarias seguindo as regras de mercado com o objetivo de não depender mais de importações. Atualmente, o mercado brasileiro importa cerca de 25% do óleo diesel e 15% da gasolina utilizados no país.

“Estamos trabalhando em várias frentes para isso, uma é reforçar o interesse nosso de política pública de que a Petrobras seja rápida na modernização de seus parques de refino e de que avalie a possibilidade, inclusive, já é publica minha opinião, de que a Petrobras deve renegociar, com as refinarias que foram privatizadas, para que dentro das regras de mercado... ela possa readquirir essas refinarias”, disse em registro da Reuters.

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A declaração foi dada logo após a cerimônia de assinatura dos contratos de concessão do primeiro leilão de linhas de transmissão de energia de 2023, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Estão previstos R$ 15,7 bilhões em investimentos em mais de 6 mil quilômetros de linhas em seis estados.

A recompra de refinarias e investimentos do setor são bandeiras históricas do PT e vinham sendo defendidas por Lula desde a campanha eleitoral e a transição de governo. No começo deste mês, Silveira citou a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, como alvo de uma possível recompra. A unidade foi a primeira a ser privatizada, em novembro de 2021 sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), por US$ 1,65 bilhão em valores da época à Mubadala Capital.

Ao todo, a Petrobras pretendia vender oito unidades, sendo que as refinarias de Minas Gerais (Regap), Paraná (Repar), Rio Grande do Sul (Refap) e Pernambuco (Rnest) ainda fazem parte do patrimônio da estatal. Já passaram à iniciativa privada, além da Rlam, as refinarias Reman (AM), Lubnor (CE) e SIX (PR).

Ainda segundo Silveira, o Brasil está “muito perto de ser” autossuficiente no fornecimento de óleo diesel, e que as restrições impostas à Rússia não devem afetar o mercado nacional. “A Petrobras também é uma empresa que importa para garantir suprimento nacional, portanto temos a maior tranquilidade, no momento”, disse em registro do G1.

Alexandre Silveira mencionou, ainda, que o governo está trabalhando para evitar um novo aumento no preço dos combustíveis no Brasil por conta da alta na cotação do petróleo no mercado internacional. De acordo com ele, a “Petrobras tem sua política de preços que não depende do governo”.

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“Porém, há clareza pela Petrobras de que nós trabalhamos para abrasileirar os preços. Ou seja, não ficar dependente do mercado internacional”, afirmou.

A cotação do petróleo fechou a quarta (27) com o maior valor do ano a US$ 96,55 por barril por conta da queda nos estoques do combustível nos Estados Unidos. A diminuição no país norte americano ocorreu no momento em que a Arábia Saudita e a Rússia estenderam os cortes voluntários de produção diária do óleo.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]