A Petrobras resiste a aceitar um valor em torno de 8 dólares pelo barril das reservas de petróleo da União que deverão ser trocadas por ações da companhia, na operação de capitalização, mas teria aceitado 7 dólares, afirmaram fontes próximas ao assunto nesta quinta-feira.

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"A discussão central ainda é sobre preço. A Petrobras não está querendo 8 dólares de jeito nenhum", afirmou um ministro do governo próximo das negociações que estão ocorrendo em Brasília, pedindo anonimato.

O patamar de 8 dólares tem sido citado por membros do governo, como o diretor geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Haroldo Lima.

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Outra fonte, também familiarizada com o processo de negociação, afirmou: "Eu tenho a informação de que a Petrobras chegou a 7".

Aparentemente, os dois lados estão chegando a uma faixa de preço entre 7 e 8 dólares, após amplos relatos na mídia terem indicado que o governo buscava um valor entre 10 e 12 dólares, enquanto a Petrobras buscava algo entre 5 e 6 dólares.

No final da tarde circularam rumores sobre um valor de 8,5 dólares, que foi negado por uma fonte dentro da Petrobras.

"Não sei de onde tiraram isso. Não tem nada a ver com a realidade. A realidade é bem mais complexa, são muitos parâmetros envolvidos e no final vai chegar aí em alguma coisa", afirmou.

Segundo a fonte o preço vai depender muito da área que será escolhida e de quando vai ser iniciada a produção. Quanto mais cedo produzir mais rápido o retorno para o acionista.

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"Mas enquanto não se acertam os parâmetros, tem muita coisa, como o início da data de produção. Tem muita gente que pensa que fulano comprou (um bloco de petróleo) assim ou assim, mas já estava produzindo, ou próximo de produzir. Pagou muito pouco, mas está lá no meio da África. Depende do local, da área, tudo é possível", acrescentou."Nesse momento nada está definido, isso é que é a verdade", disse a fonte da companhia. "Outra (verdade) é que durante setembro começa e acaba a emissão", adicionou.

"É complexo e de muito valor. Tem que cuidar para ver se não está deixando nenhuma coisa mal avaliada", continuou a fonte.

NÚMERO MÁGICO

O preço que for definido será multiplicado pelo volume de barris de petróleo concedido à companhia, a chamada cessão onerosa. Quanto maior o preço, maior o peso da União na capitalização, mas pode significar um volume de dinheiro menor para a Petrobras, que precisa dos recursos para seu volumoso plano de investimentos.

Isso porque a União entrará com petróleo na oferta de ações, enquanto o dinheiro virá dos minoritários.

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O ministro ouvido pela Reuters nesta quinta-feira disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definirá a questão do preço o mais rápido possível assim que tiver os dados completos sobre o assunto.

"O martelo será batido pelo presidente", disse, acrescentando que Lula vai arbitrar a questão que colocou governo e Petrobras em confronto.

O governo deverá receber na próxima segunda-feira o relatório final da certificadora contratada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para avaliar o preço do barril de petróleo das reservas da União no pré-sal.