O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, admitiu que suas relações com a Bolívia são "complexas" e que tem quatro frentes de negociação com seu governo, mas insistiu na insignificância das atividades naquele país nos resultados gerais da empresa.

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Os negócios da estatal brasileira na Bolívia não contam "mais que 0,04%" dos ganhos, afirmou Gabrielli, em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo jornal francês "Le Figaro", afirmando não estar submetido a uma dupla pressão por parte do governo brasileiro e de seus acionistas por causa da disputa com a Bolívia.

"O governo brasileiro controla a Petrobras, sem ambiguidade. Não faz nada contra os interesses da empresa. Além disso, é a ação da diplomacia brasileira que nos permite negociar com as autoridades bolivianas, empenhadas em nacionalizar o setor de hidrocarbonetos", afirmou.

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O presidente da Petrobras explicou que está sendo discutido com La Paz a imposição de suas atividades de produção, advertindo que aumentar a taxação de 50% para 82%, como quer o governo boliviano, impedirá a realização de novos investimentos.

Também negociam a indenização pela nacionalização das refinarias, o preço do transporte gerido pela estatal YPFB e as tarifas do gás boliviano.

Gabrielli lembrou que os projetos de desenvolvimento de sua empresa prevêem o aumento da produção petroleira dos dos atuais 2,4 milhões de barris diários para 3,5 milhões em 2011 e para 4,5 milhões em 2015, o que representa a metade da produção da Arábia Saudita ou Rússia.

Segundo ele, isso será obtido com os poços já descobertos que compensariam o recuo da produção de 1,1 milhão de barris de alguns poços até 2011.

Perguntado sobre o projeto do gasoduto entre Venezuela e Argentina, Gabrielli considerou que "é uma necessidade estratégica para a América do Sul", embora tenha admitido que se trata de um "projeto de longo prazo que encontra vários obstáculos" de engenharia de tarifas, meio ambiente e diplomáticos.

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