A Petrobras tem menos de cinco meses para vender US$ 10,5 bilhões em ativos e atingir a meta de US$ 15,1 bilhões estipulada para o período de 2015 a 2016. Com a cifra fixada no ano passado, a petroleira tenta engordar o caixa e superar a atual crise financeira. Mas, desde então, só conseguiu concluir três negociações de uma extensa lista de ativos colocados à venda.
A última delas, a área de pré-sal Carcará, foi finalizada no segundo semestre, já sob a gestão de Pedro Parente. A grande promessa de reforço de caixa, porém, vem da BR Distribuidora.
Com margens de lucro que independem das variações do preço do petróleo e líder do mercado brasileiro de combustíveis, a BR terá o controle compartilhado com um novo parceiro. A decisão pelo modelo de negócio foi tomada após meses de impasse nas negociações com interessados na sociedade, que relutaram em ser meros investidores, sem direito a opinar na estratégia da empresa.
Por fim, a Petrobras decidiu adotar uma estrutura societária envolvendo duas classes de ações – ordinárias e preferenciais. Assim, a estatal se manterá majoritária no capital total, mas com participação de 49% no capital votante.
Antes da BR, porém, a Petrobras deve vender para a Brookfield a rede de gasoduto da Nova Transportadora do Sudeste (NTS). Ainda fazem parte da lista de desinvestimento gasodutos e campos de petróleo da região Nordeste, térmicas, concessões de exploração e produção e da distribuidora de gás de botijão, a Liquigás.
Em julho, a petroleira vendeu por US$ 2,5 bilhões a área de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, contrariando sindicalistas, que, em resistência, fizeram greve de uma semana, no início deste mês. De dezembro do ano passado até o fechamento do segundo trimestre, a Petrobras vendeu US$ 2 bilhões em ativos – US$ 700 milhões pagos pela subsidiária de participações em distribuidoras de gás canalizado, a Gaspetro; e US$ 1,3 bilhão, pelas subsidiárias da Argentina e Chile.
Apesar da lentidão, analistas do mercado financeiro acreditam que a Petrobras atingirá a meta de 2016, por conta do empenho de Parente. Ao assumir o comando da estatal em maio, o novo presidente reforçou o compromisso da petroleira com o desinvestimento. “O novo patamar de preço do petróleo obrigou a empresa a revisar sua carteira de ativos. Nossa saúde depende da disciplina para cortar custos”, afirmou o executivo, na cerimônia de posse.
Para o professor do Grupo de Economia da Energia (GEE), da UFRJ, Edmar Almeida, não há abertura para a discussão dessa estratégia na atual diretoria. “A administração anterior tinha sua base de sustentação no PT e em sindicatos, contrários ao enxugamento da Petrobras. Já a atual e o governo (do presidente em exercício Michel Temer) são favoráveis ao desinvestimento”, avalia Almeida.
Segundo ele, se não tiver sucesso, a direção da Petrobras vai ter de apresentar ao mercado uma nova estratégia de gerenciamento do caixa, já que a capacidade de investimento está atrelada à venda de ativos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast