Petrobras disse que prejuízo de R$ 2,6 bilhões no 2º trimestre foi resultado de acordo tributário e desvalorização do real frente ao dólar.| Foto: Antonio Lacerda/EFE.
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A Petrobras registrou prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024, distante do lucro de R$ 28,8 bilhões obtido no mesmo período do ano passado. O balanço foi divulgado na noite desta quinta-feira (8).

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A estatal também anunciou o pagamento de R$ 13,5 bilhões em dividendos aos acionistas. Este é o primeiro balanço da gestão de Magda Chambriard, que assumiu o comando da companhia em maio. É também o primeiro prejuízo registrado desde o segundo trimestre de 2020, quando a empresa enfrentava os efeitos da pandemia.

Em nota, a Petrobras afirmou que o resultado negativo no período de abril a junho foi causado, principalmente, pela adesão ao acordo para quitar R$ 20 bilhões em dívidas tributárias, além dos efeitos do acordo de trabalho de 2023.

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A companhia destacou que o acordo “trouxe previsibilidade para o dispêndio de recursos pela companhia e evitou custos financeiros com a manutenção de garantias judiciais e outras despesas processuais”.

A desvalorização de 11,2% do real na comparação com o dólar no segundo trimestre também afetou os resultados, especialmente pelas “obrigações em dólar entre empresas do Sistema Petrobras, mas sem afetar o caixa da companhia”.

A Petrobras considera o acordo tributário e a desvalorização do real como "eventos exclusivos". O diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, afirmou que o lucro líquido “sem eventos exclusivos” para o período seria de R$ 28 bilhões.

No relatório, a empresa fechou o segundo trimestre com resultado financeiro líquido negativo de R$ 36,4 bilhões.

“Esse resultado financeiro foi impactado principalmente pela perda com variação cambial do real frente ao dólar sobre exposição passiva. Além disso, houve reconhecimento de despesas financeiras atreladas à adesão à Transação Tributária, retratando os encargos e as atualizações financeiras”, disse a companhia.

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Dividendos

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos "intercalares e intermediários e juros sobre capital próprio (JCP)".

Segundo a estatal, R$ 6,4 bilhões serão retirados da reserva de remuneração do capital, resultando em um saldo remanescente de R$ 15,5 bilhões nesta reserva.

Os dividendos e JCP serão pagos em duas parcelas nos meses de novembro e dezembro. O valor total dos dividendos é equivalente a R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial em circulação, sendo que:

  1. A primeira parcela, de R$ 0,52660009 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 21 de novembro de 2024, sendo R$ 0,11384838 sob a forma de dividendos e R$ 0,41275171 sob a forma de juros sobre capital próprio.
  2. A segunda parcela, no valor de R$ 0,52660008 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 20 de dezembro de 2024 sob a forma de dividendos.

Petrobras cita "forte geração de caixa" e queda no endividamento

Apesar do prejuízo, a Petrobras destacou que teve “forte geração de caixa” no segundo trimestre de 2024, registrando Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de R$ 47,2 bilhões, superior ao observado no primeiro trimestre do ano.

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“Os resultados operacionais foram sólidos e ocorreram dentro do esperado. Eventos não recorrentes, como o acordo tributário com o Ministério da Fazenda, que trouxe vantagens expressivas para a empresa e para a União, e a marcante volatilidade cambial no período, sem efeito no caixa nem no patrimônio da companhia, impactaram a contabilidade interna da empresa, afetando também o resultado do trimestre”, disse Chambriard, em nota.

Segundo a empresa, no mesmo período, a dívida bruta apresentou queda de cerca de US$ 2,2 bilhões, o equivalente a 3,6%, em comparação ao trimestre anterior, atingindo US$ 59,6 bilhões.

A companhia também registrou Ebitda (lucro obtido antes do pagamento de juros, impostos e do cálculo de depreciações e amortizações) ajustado de R$ 49,7 bilhões. Sem os "eventos exclusivos", o Ebtida teria sido de R$ 62,3 bilhões.

Além disso, investiu US$ 3,4 bilhões, com foco principalmente em grandes projetos do pré-sal. O valor acumulado dos investimentos nos primeiros seis meses do ano somaram US$ 6,4 bilhões, aumento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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