A Petrobras estuda a construção de sua quarta usina de biodiesel, a primeira de grande porte, com capacidade de produção de 300 mil toneladas, em torno de 295 milhões de litros por ano. A planta teria uma produção mais de cinco vezes superior aos 57 milhões de litros anuais de cada uma das três unidades atuais da companhia - as já inauguradas em Quixadá (CE) e Candeias (BA), e Montes Claros (MG), prevista para entrar em operação até meados de outubro.
De acordo com o diretor industrial da Petrobras Biocombustível, Ricardo Castelo Branco, a quarta unidade seria ainda um projeto inédito de produção de biodiesel com 30% de óleo de mamona misturado ao de soja. "Até agora nenhum fabricante nos dava garantias para um projeto como esse, mas nós desenvolvemos reatores, separadores que são capazes de superar essa dificuldade adicional", explicou o diretor, que não revelou data e nem local para o projeto ainda em estudo. "A decisão sobre local e investimento ainda precisa ser tomada", disse.
Com a utilização da mamona na produção de biodiesel, a Petrobras espera atingir os padrões europeus de especificação para o combustível, que não são cumpridos pelo combustível feito apenas de soja. "A mamona aparece como uma solução, pois na mistura há melhora nas propriedades a frio, que consistem no desempenho do funcionamento dos veículos, prejudicado no rigoroso inverno europeu", disse Castelo Branco. "Misturar mamona e soja dá um upgrade no biodiesel e abre perspectivas de mercado", completou.
Apesar das perspectivas para esse tipo de biodiesel na Europa, o diretor industrial da Petrobras Biocombustível disse que não há negociações da companhia para a exportação do combustível a países daquele continente. "Não há negociação para exportação, mas toda vez que se discute exportação para a Europa aparece como uma das dificuldades a rigorosa especificação de lá", disse. A Petrobras espera chegar em 2012 com participação de 40% no mercado brasileiro de biodiesel, estimado em 938 milhões litros ao ano.
Por fim, Castelo Branco não descartou o interesse da Petrobras na participação em empresas já produtoras de biodiesel. "As parcerias não estão excluídas, principalmente com empresas bem posicionadas no mercado", concluiu o executivo.
