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Petrobrás terá plano de investimento de US$ 220 bilhões

A Petrobrás anuncia na segunda-feira (21) seu novo plano de investimentos para o período 2010-2014, que deve vir com um valor superior aos US$ 220 bilhões anunciados como teto no início do ano. O plano foi aprovado na última sexta-feira pelo conselho de administração da companhia e é uma das variáveis que definirá o valor de sua capitalização. Analistas não esperam impacto do vazamento de petróleo no Golfo do México, o que vem derrubando as avaliações sobre as empresas envolvidas no processo de emissão de ações da estatal brasileira

O processo de capitalização será apresentado a seus investidores minoritários nesta terça-feira, em assembleia no Rio de Janeiro. Porém, já na segunda-feira, a empresa deve detalhar o plano de investimentos, que seria anunciado ainda na sexta-feira, mas foi adiado sem maiores explicações. Fontes próximas à companhia dizem que o valor ficará pouco acima do teto de US$ 220 bilhões definido na última reunião do conselho de administração.

Expectativa - Petrobrás e analistas do mercado petrolífero acreditam que a capitalização da estatal brasileira não será prejudicada pelo mau momento do setor petrolífero em bolsas de valores. A avaliação interna na companhia é que suas ações surgem como alternativa para investidores que buscam ativos mais seguros, não tão dependentes dos Estados Unidos nem da conturbada situação europeia.

Os efeitos do vazamento de petróleo continuam a manchar a reputação das empresas do setor, especialmente as envolvidas na operação do poço Macondo. Na sexta-feira, a agência Moody's anunciou o rebaixamento da dívida de longo prazo da americana Anadarko, sócia da BP no projeto, que perdeu o status de investment grade.

As duas petroleiras iniciaram no mesmo dia um inédito bate-boca público, com acusações mútuas. Não há, porém, alertas sobre um possível impacto na capitalização da Petrobrás.

"O comportamento da BP (no caso do vazamento) e suas ações demonstram negligência ou má conduta", atacou a Anadarko em comunicado distribuído na sexta-feira, em um raro caso de críticas ao operador de um projeto petrolífero.

A resposta veio logo em seguida, em comunicado no qual a BP afirmava que "outras partes" envolvidas no projeto também têm sua parcela de culpa e responsabilidade sobre os custos.

As companhias envolvidas no desastre têm sofrido fortemente no mercado financeiro. A Anadarko já havia sido rebaixada pela Fitch; a BP também foi rebaixada pelas duas classificadoras de risco; e todo o setor de perfuração de petróleo perdeu pontos junto aos principais bancos de investimento no planeta.

Há ainda, no mercado, algumas avaliações sobre um possível sumiço da BP depois do incidente: a companhia poderia ser absorvida por uma outra petroleira ou até mesmo vir a mudar de nome.

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