O diretor da Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, afirmou nesta segunda-feira (1º), em Vitória (ES), que a estatal já tem a tecnologia necessária para explorar o petróleo localizado na área do pré-sal, mas que vai agora em busca de maior rentabilidade para o negócio.
"Não há mais nenhuma barreira tecnológica para que possamos desenvolver a produção na área do pré-sal. O nosso principal desafio agora é reduzir os custos, embora com a tecnologia já disponível o petróleo a ser retirado seja viável economicamente", disse o diretor.
Estrella esclareceu que "é sempre objetivo da companhia" buscar tecnologia novas que maximizem o processo de produção, que "nos permita maior rentabilidade".
Ele confirmou para março do ano que vem o início dos Testes de Longa Duração do Campo de Tupi, o maior descoberto até agora pela companhia e que possui reservas estimadas entre 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural), embora só deva obter ganho comercial em cinco ou seis anos.
O executivo da estatal negou ainda que o pré-sal venha a levar a Petrobras a reduzir investimentos em outras áreas petrolíferas. "O pré-sal não vai levar a Petrobras a reduzir investimentos em outras áreas. Estamos dando prosseguimento ao nosso Plano de Investimentos, destinando recursos para a recuperação dos campos maduros, para Urucu. Não há retração de investimentos em áreas em razão do pré-sal", garantiu.
As declarações do diretor de E&P da Petrobras foram dadas na Unidade de Negócios do Espírito Santo, um dia antes da cerimônia que vai marcar a extração do primeiro óleo da camada pré-sal, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoral do Espírito Santo, e que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Estrella estimou também que o grosso do petróleo e do gás natural descoberto no pré-sal esteja mesmo na Bacia de Santos. "São conclusões a que chegamos a partir de interpretações geológicas feitas a partir do mapeamento da área. Esse mapeamento indica que na Bacia de Campos, por exemplo, o sal não está compacto como em Santos, é fragmentado por fendas nas rochas e provavelmente o óleo que estava embaixo dessa camada tenha migrado para mais perto da superfície".
Ele também informou que os mesmos dados de posse da companhia indicam que, provavelmente, as descobertas do pré-sal não se constituem em um único campo, como se cogitou inicialmente.
"As interpretações geológicas são variáveis e essa informação nos leva a crer que os campos são separados uns dos outros. É provável que não venha a se tratar e um grande campo petrolífero sob a espessa camada de sal", disse.