O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou hoje que, independentemente da capitalização, a estatal mantém sua perspectiva de captar US$ 60 bilhões nos próximos cinco anos junto ao mercado financeiro. Indagado sobre a perspectiva de fazer qualquer operação deste tipo já em 2011, ele confirmou que parte delas serão, sim, feitas no próximo ano.

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Ao seu lado, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, lembrou que "bancos gostam de emprestar para quem tem dinheiro". "Conforme vocês poderão ver no nosso balanço financeiro em breve houve um considerável aumento de caixa e talvez agora seja a melhor hora para captar mais recursos", disse.

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Gabrielli disse que as oscilações que estão puxando para baixo os preços das ações da estatal nos últimos dois dias são "ajustes do mercado totalmente naturais". "São pequenos e grandes investidores fazendo ajustes em sua carteira de investimentos. O mercado não iria se mumificar diante de uma operação deste porte", disse Gabrielli.

"Os analistas têm independência para fazer a análise que quiserem e faz parte do mercado que eles façam estas análises", comentou, minimizando os relatórios que inverteram sua indicação para a companhia e que chegaram até a questionar a viabilidade do pré-sal. "O pré-sal é uma realidade, já está produzindo e não tenho dúvidas sobre isso. Nós perfuramos 17 poços com sucesso", lembrou.

Pouco antes, o diretor financeiro havia comentado que todos os bancos mantém o preço alvo, apesar das oscilações dos papéis da companhia. ""Temos uma empresa com perspectivas de crescimento sólidas e acredito que o mercado rapidamente vai se ajustar a isso", afirmou.

Barbassa fez um breve resumo da operação de capitalização da Petrobras e ressaltou o seu sucesso, em entrevista coletiva à imprensa, no início desta noite. O principal destaque, segundo ele, foi que a alavancagem caiu para abaixo dos 20%. Gabrielli disse que a relação dívida/capital próprio caiu de 35% para 16%.

Gabrielli também ressaltou que o mercado deu prova de confiança às ações da companhia. "Nós não estávamos oferecendo o lucro do próximo trimestre, mas uma empresa que em cinco anos vai ter de 30 a 35 bilhões de reservas", disse, destacando que, para cumprir o plano de investimentos de US$ 224 bilhões previstos para até 2014 e produzir o que pretende neste período, a Petrobras teria que acrescentar mais 25 bilhões de barris em seu portfólio caso queira manter sua relação produção/reserva de 15 anos.

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Comentando sobre esta necessidade de aumentar as reservas, Gabrielli destacou que a cessão onerosa foi oportunidade única, que nenhuma empresa do mundo desperdiçaria. "Podíamos receber cinco bilhões de barris sem risco para explorar no futuro." Especificamente sobre a operação de capitalização, o presidente da Petrobras disse que "nós tínhamos oportunidade que não podíamos deixar passar e a resposta foi muito boa do mercado, dos funcionários, dos acionistas. Do nosso controlador tivemos resposta excelente, o governo entrou pesado, jogando estritamente com regras do mercado de capitais.", comentou. Segundo Barbassa, o aumento da participação do governo na Petrobras não compromete a governança da companhia.

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