O plano de negócios da Petrobras para o período 2012-2016 elevou em 5,2% os investimentos em relação ao plano anterior (2011-2015), mas reduziu as metas de produção a longo prazo e limitou o comprometimento de recursos em projetos que ainda não têm o planejamento básico aprovado. Aprovado na quarta-feira pelo Conselho de Administração, o plano prevê o investimento de US$ 236,5 bilhões até 2016, contra US$ 224,7 bilhões do plano 2011-2015, anunciado no ano passado. São US$ 11,8 bilhões a mais. Em reais, a alta é ainda maior, de 7,1% (de R$ 389 bilhões para R$ 416,5 bilhões), de acordo com valores especificados nos próprios documentos do ano passado e atual, com as conversões de cada um.
A reação do mercado ao plano foi negativa. As ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras caíram 3,87% na Bovespa e a preferenciais, 3,86%. Foram a segunda e terceira maiores baixas do Ibovespa, que terminou o dia com perda de 0,54%. Analistas consideram que, sem reajustar o preço dos combustíveis, a empresa pode ter dificuldade de financiar seu plano de investimentos.
A queda prevista na produção para 2020, de acordo com o novo plano, foi de 11%. Passou a 5,7 milhões de barris de óleo e gás diários, contra os 6,4 milhões previstos pelo plano do ciclo 2011-2015. Para 2016, a produção estimada também caiu em comparação com a prevista há um ano para 2015. A meta foi reduzida de 3,7 milhões de barris/dia em 2015 para 3 milhões em 2016. Para os próximos dois anos, foi mantida estável, mesmo com investimentos robustos.
A maior parte dos investimentos (US$ 208,7 bilhões) até 2016 contempla projetos em implantação. Só US$ 27,8 bilhões estão em avaliação (fase de oportunidade, conceitual ou básico ainda não aprovado), sendo metade disso justamente da área de refino. O novo plano da petroleira elevou a previsão de preço do barril tipo Brent de US$ 80 (cenário A) a US$ 95 (B), pelo plano anterior, para de US$ 90 a US$ 100, sem detalhamento de cenários.