Os países sul-americanos precisam de um gasoduto integrado, mas o transporte de gás natural por essa rota ainda levará 30 anos, disse na segunda-feira o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
A Venezuela, que promove ativamente a cooperação energética regional, espera que um gasoduto ligando seus campos de gás aos do Brasil e da Argentina esteja operacional na próxima década.
Mas Gabrielli disse que antes será preciso resolver vários obstáculos -regulatórios, de fornecimento, logísticos e ambientais- em cada país, e por isso prevê um cronograma mais dilatado, apesar de se dizer otimista com a idéia.
"Nosso alvo, nosso objetivo tem de ser a integração energética sul-americana, porque é a melhor solução, a mais racional", disse Gabrielli a jornalistas na Cúpula Latino-Americana do Gás, em São Paulo.
"Acho que vai levar entre 25 e 30 anos, não menos do que isso, para um duto desse tamanho estar totalmente montado e funcionando", afirmou.
Segundo ele, todo país que quiser participar do circuito do gás precisará estabelecer regras sólidas e permanentes para o setor. "É fácil fazer isso? Não, não é. É possível fazer? Acredito que sim", disse o presidente da Petrobras .
A instabilidade no fornecimento de gás da Bolívia -país que também quer participar do circuito- vem sendo um problema sério para o fornecimento de gás no Brasil. Há um ano, a Bolívia nacionalizou seus recursos de gás, o que elevou impostos e royalties para produtores estrangeiros ali, inclusive a Petrobras.
A rota do gás é cria do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que promove a integração energética como alternativa à influência dos EUA na América do Sul.
Autoridades brasileiras e venezuelanas disseram no ano passado que o duto, com custo estimado de cerca de 23 bilhões de dólares, estaria pronto em 2012, mas empresas energéticas e construtoras estão menos otimistas.
O duto deve transportar entre 150 milhões e 200 milhões de metros cúbicos diários de gás ao longo de 7.000 quilômetros, da Venezuela para cruzar a Amazônia e chegar ao Brasil e à Argentina.
Os três países têm suas próprias reservas de gás, mas Argentina e Brasil buscam acesso a reservas baratas em outros lugares, especialmente depois do aumento nos custos de exploração na Bolívia.
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