| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 370 milhões no segundo trimestre de 2016, após três trimestres seguidos de perdas. O valor veio abaixo do esperado por analistas, que estimavam um ganho de R$ 2 bilhões. Este é o primeiro resultado da empresa, com Pedro Parente na presidência.

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No primeiro trimestre do ano a estatal registrou prejuízo de R$ 1,2 bilhão. Já no segundo trimestre do ano passado a companhia teve um lucro líquido de R$ 531 milhões. No acumulado do primeiro semestre de 2015 o lucro foi de R$ 5,8 bilhões.

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Segundo analistas, aumento da produção e da cotação do petróleo são os principais fatores que explicam o resultado. A média da cotação do barril do petróleo Brent (referência no mercado internacional) no segundo trimestre foi de US$ 47,39 ou 35% acima da cotação média do primeiro trimestre do ano.

Já a produção nacional de petróleo teve média de 2,13 milhões de barris diários de abril a junho, alta de 7,7% em relação aos três primeiros meses do ano. A alta se deve principalmente à entrada de novos sistemas de produção no pré-sal.

“A oferta mundial de petróleo está caindo, pois muitas empresas cortaram produção após quedas bruscas das cotações (a partir de 2014). Isso acabou levando a um recente aumento nos preços. Os Estados Unidos, por exemplo, produzem hoje um milhão de barris a menos por dia que no ano passado. A alta recente nos preços beneficiou todas as empresas de petróleo”, diz Luana Siegfried, analista do braço de pesquisa e análise do banco de investimentos americano Raumond James.

Em relação ao segundo trimestre de 2015, porém, a média de preços do Brent caiu 23,7%, de US$ 62,14 para US$ 47,39. A produção nacional de petróleo, por sua vez, teve leve alta, de 2,11 milhões de barris diários para 2,13 milhões de barris por dia.

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A Petrobras também tem se beneficiado, desde o ano passado, por não ter repassado para os preços internos da gasolina e do óleo diesel, as reduções dos preços internacionais do petróleo.

Combustíveis

Com base nos dados do último dia 8, a gasolina está sendo vendida 28,4% mais cara nas refinarias da estatal, em relação aos preços do mercado americano. Já o óleo diesel está 55,9% mais caro no Brasil, conforme cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE).

De abril a junho, a Petrobras vendeu a gasolina com preços cerca de 12,6% mais altos do que as cotações no mercado internacional, e o diesel foi vendido 35,7% mais caro.

De acordo com o CBIE, a venda no mercado interno acima dos preços internacionais permitiu um ganho da ordem de R$ 12,8 bilhões para a Petrobras no primeiro semestre deste ano. Desse total R$ 7,7 bilhões foram ganhos nos três primeiros meses, e R$ 5,1 bilhões no segundo trimestre.