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Energia

Petrobras x Bolívia: acordo está fechado. Governo anunciará valor

Os governos brasileiro e boliviano devem anunciar simultaneamente, por volta das 20h (horário de Brasília), o resultado das negociações entre a estatal boliviana YPFB e a Petrobras a respeito da venda das refinarias da empresa brasileira nos país vizinho.

Sem dar detalhes sobre o acordo, o Ministério de Minas e Energia informou no Brasil que o ministro Silas Rondeau falará a jornalistas brasileiros, enquanto na Bolívia o ministro de hidrocarbonetos, Carlos Villegas, deverá anunciar o acordo em La Paz.

— O ministro disse que as negociações estavam bem próximas de uma solução e caminhavam bem — disse um assessor do ministro por telefone à Reuters.

Na Petrobras, a informação era de que uma nota seria elaborada no início da noite, mas não havia informação sobre o conteúdo do comunicado.

De acordo com informações concedidas mais cedo pela mídia boliviana, a Petrobras concordou em vender as refinarias por US$ 112 milhões, contra os US$ 200 milhões exigidos inicialmente.

A venda das refinarias da Petrobras para a YPFB se fez necessária depois que o governo boliviano nacionalizou o setor de hidrocarbonetos e impediu exportações pelas duas unidades da estatal brasileira. As duas refinarias processam juntas cerca de 40 mil barris diários de petróleo e custaram 102 milhões de dólares em 1999.

Ao retornar ao Ministério de Minas e Energia na tarde desta quinta-feira, o ministro Silas Rondeau afirmou que o acordo com a Bolívia sobre a venda das refinarias da Petrobras estava "praticamente fechado". Segundo ele, o texto do acordo já estava sendo redigido.

— Estamos praticamente fechados. O acordo precisa ser formalizado — afirmou.

Terminou ao meio-dia o prazo dado pelo governo brasileiro para que os bolivianos se manifestem sobre a proposta feita pela Petrobras para vender as duas refinarias que são alvo da nacionalização do presidente boliviano Evo Morales. No início da tarde desta quinta-feira, Rondeau foi à Casa Civil chamado pela ministra Dilma Rousseff, com quem já havia se reunido pela manhã.

Ainda pela manhã, Morales disse que graças a uma intervenção direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a negociação para a recompra das duas refinarias da Petrobras no país vizinho está a ponto de chegar a um final feliz. A proposta da Petrobras seria de US$ 112 milhõespelas unidades, segundo fontes ligadas ao governo . O valor é inferior ao solicitado anteriormente e fica abaixo dos US$ 180 milhões gastos nas duas unidades, incluindo a compra e a modernização. Morales confirmou que a Petrobras baixou bastante o preço pedido mas ainda estão discutindo o valor final.

A decisão de compra e venda já está tomada, disse Morales em entrevista a jornalistas no início da manhã no Palácio do Governo de La Paz, assegurando que havia resolvido com Lula "problemas de fundo" e que restava pendente apenas um problema em relação ao preço da operação. Na opinião de especialistas, a venda das refinarias será ruim para a Bolívia e para a Petrobras .

— O presidente Lula disse 'vendam as refinarias (a estatal boliviana YPFB) tal como compraram', é uma questão de preço. Estou seguro que em minutos haverá novidades, estamos trabalhando nisso no momento — afirmou Morales na manhã desta quinta-feira.

A decisão brasileira de encurtar as discussões e dar um ultimato à Bolívia veio após Morales ter tirado da estatal brasileira, por decreto, no domingo, o direito de comercializar os derivados de petróleo produzidos nas refinarias da empresa no país andino . O que foi classificado pela empresa como a expropriação do fluxo de caixa da copmpanhia.

Se não houver acordo, o primeiro passo da Petrobras será recorrer à Corte Internacional para fazer valer seus direitos.

Na segunda-feira, a Petrobras apresentou uma proposta final pela compra das duas refinarias por parte da boliviana YPFB, dando um prazo de 48 horas para que a Bolívia se manifestasse.

Os valores das negociações, no entanto, não vem sendo divulgados oficialmente. Na noite dessa quarta-feira, diante de informações que os dois países haviam fechado um acordo em US$ 110 milhões, o Palácio do Planalto e o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, negaram que houvesse chegado a um solução final para o impasse. O país ainda aguarda a decisão da Bolívia.

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