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Petroleiros

Petroleiros da Repar e da SIX aderem à paralisação nacional

Petroleiros de todo o Brasil que trabalham no sistema Petrobras decidiram entrar em greve por 24 horas para reivindicar ajustes na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) paga pela empresa. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a paralisação está sendo realizada nacionalmente, nas bases operacionais e administrativas.

No Paraná, os empregados do setor na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, região metropolitana de Curitiba, pararam seus serviços às 15h30 desse domingo (28) e seguiram até as 15h30 desta segunda-feira. No local, a adesão chegou a 100% na área de operação e 60% na área administrativa, segundo o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro-PR/SC).

Na Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, os empregados cortaram a rendição do turno às 23h30 de domingo e voltam às 23h30 desta segunda-feira, com adesão de 100% na área de execução e 50% na base administrativa da usina.

De acordo com o presidente do Sindipetro-PR/SC, Silvanei Bernardi, a greve não impactou a produção e foi organizada de uma maneira capaz de mostrar que os trabalhadores da área não devem pagar pela má gestão do sistema petrolífero nacional. "A produtividade e a dedicação dos empregados continua a mesma e a gente pode ver isso nas obras de ampliação que aumentaram. A nossa participação nos lucros teve uma queda em 2012 de mais de 50%, o que não tem sentido", explica.

Segundo o presidente, após a paralisação, a Repar já sinalizou a intenção de realizar uma rodada de negociações com a categoria, o que ainda não tem data marcada para ocorrer.

Negociação

Conforme o Sindipetro-PR/SC, a Petrobras ofereceu, a título de antecipação da PLR 2012, o piso de R$ 3.149,34 ou 0,26% de uma remuneração – o que for maior. Se a proposta fosse aceita, representaria uma redução de mais de 50% em relação à primeira parcela da Participação nos Lucros de 2011.

Para evitar maiores problemas com a distribuição da PLR, os petroleiros querem debater os valores e formas de distribuição antes que a empresa aprove seu balanço anual, o que, para o sindicato da categoria, possibilitaria a negociação da relação piso-teto da PLR e a implantação do regramento das distribuições dos lucros futuras.

Adesão em todo o país é forte

O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, classificou como "bastante forte e contundente" a adesão da categoria à greve de advertência de 24 horas deflagrada desde domingo.

Ele disse não ter ainda como avaliar o porcentual de adesão nacional, mas citou o quadro nas refinarias de Capuava (Recap) e Paulínea (Replan), ambas em São Paulo. "Acredito que a adesão está variando entre 85% e 100%, dependendo das unidades. Nas refinarias de São Paulo, a adesão é de 100%", afirmou.

De acordo com Moraes, a adesão dos petroleiros embarcados em plataformas marítimas ainda está sendo avaliada. No entanto, na Bacia de Campos (litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo), principal área produtora do Brasil, as equipes de 34 das 40 plataformas pararam de trabalhar hoje. Apesar disso, a produção não foi interrompida. "A greve é de alerta. A produção não para" disse Moraes.

Outro lado

A Petrobras, em nota enviada pela sua assessoria de imprensa no Paraná, disse que apresentou, em dezembro do ano passado, a proposta para pagamento de antecipação da PLR de 2012 com base nos mesmos critérios utilizados em anos anteriores para a antecipação, que considera os resultados das empresas do Sistema Petrobras nos três primeiros trimestres de cada ano.

Sobre o movimento, a empresa informa que "que todas as medidas administrativas e operacionais estão sendo tomadas para garantir a normalidade das atividades da Companhia, assim como a segurança dos trabalhadores e instalações da empresa" e que "continua aberta à negociação com as entidades sindicais para que as partes cheguem a um entendimento sobre a PLR 2012".

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