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Movimento começou no domingo e ganhou força nesta terça-feira. | Sindipreto PR e SC
Movimento começou no domingo e ganhou força nesta terça-feira.| Foto: Sindipreto PR e SC

Cerca de 5 mil trabalhadores, entre diretos e terceirizados, das unidades da Petrobras do Paraná e Santa Catarina aderiram à greve nacional dos petroleiros . A informação é do Sindipetro PR e SC, que representa os petroleiros dos dois estados. A paralisação começou no domingo, na troca do turno das 15h30, e foi ganhando adesão ao longo do feriado. De acordo com o sindicato, os terminais aquaviários da Transpetro de Paranaguá e São Francisco do Sul e os terminais terrestres de Biguaçu, Itajaí e Guaramirim suspenderam as atividades, em apoio ao movimento. A paralisação é por tempo indeterminado.

Nesta terça-feira, 3, somente na unidade da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, apenas 50 pessoas permanecem no interior da empresa, em esquema de contingência adotado pela direção para manter as operações. A Repar tem 3 mil funcionários, entre diretos e terceirizados.

A greve nacional dos petroleiros quer retomar a discussão do plano original de negócios da Petrobras e evitar a venda de ativos e desinvestimentos na ordem de US$ 140 milhões previstos para o período de 2015/2019. Na avaliação dos trabalhadores, as mudanças no Plano de Negócio e Gestão da Petrobras (PNG) superdimensionaram os efeitos da investigação sobre corrupção conduzida pela Operação Lava Jato, enfraquecendo a atuação da empresa no mercado. “Não é hora de recuar nos investimentos. A Petrobras tem honrado suas dívidas e tem bom fluxo de caixa para continuar atuante no mercado. Querem aproveitar para entregar a empresa para a iniciativa privada”, critica o presidente do Sindipetro PR e SC, Mario Dal Zot.

Além de combater as medidas consideradas privatizadoras, os petroleiros temem o efeito negativo do desinvestimento da empresa na cadeia produtora do petróleo, com estimativa de que 20 milhões de empregos deixem de ser gerados até 2019. De acordo com o sindicato, a pauta de revindicações foi protocolada junto à Petrobras há mais de cem dias, mas não houve negociação prévia com a categoria.

Segurança

Para manter a Repar e a Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, em operação, foram organizadas equipes de contingência consideradas irregulares pelo Sindipetro PR e SC, por não cumprirem critérios básicos de preparo e segurança. De acordo com Dal Zot, na Repar, cerca de 50 pessoas foram destacadas para as atividades de emergência, colocando em risco a própria saúde dos trabalhadores e as operações da refinaria. “Há jornadas de trabalho excessivas e desvio de função dos trabalhadores destacados para a contingência”, diz o dirigente. A empresa teria sido comunicada da paralisação com 72 horas de antecedência. “Não evoluímos nas negociações prévias, nem mesmo para estabelecer um plano de contigência com apoio do sindicato. Pelo menos 80 trabalhadores deveriam estar na operação contingencial”, diz. A preocupação da entidade é quanto à segurança e saúde dos trabalhadores escalados para a tarefa, que estariam sendo mantidos dentro da empresa, em alojamentos improvisados, para garantir o funcionamento da refinaria.

Ainda de acordo com Dal Zot, a expectativa é que a produção seja afetada nos próximos dias. “Ninguém aguenta trabalhar nessas condições durante muito tempo. A tendência é que a produção seja diminuída e pode até chegar a ser paralisada. Cabe aos gestores da empresa a negociação em torno das nossas reivindicações para impedir o desabastecimento do mercado”, disse.

A reportagem solicitou informações à empresa sobre as condições da permanência das equipes de contingência no local, mas ainda não obteve retorno. Mais informações em breve.

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