Os petroleiros promovem uma paralisação de advertência de 24 horas desde a meia noite desta quarta-feira (26) em todo o Brasil. No Paraná, 50 trabalhadores se reuniram em frente à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, nesta quarta-feira (26) para protestar por uma melhoria na proposta de aumento salarial feita pela Petrobras.
A intenção dos trabalhadores do estado era de paralisar as atividades das refinarias por 24 horas. A Petrobras, no entanto, manteve trabalhando os funcionários do turno anterior, para não prejudicar o abastecimento de combustíveis e outros serviços.
Na Repar, em Araucária, o cruzar de braços estava marcado para a meia-noite desta quarta, quando houvesse troca de turno. No entanto, os funcionários que entraram as 15h30 desta terça-feira (25) que deveriam sair as 23h30 do mesmo dia foram mantidos nos postos de trabalho e devem trabalhar até a meia noite desta quinta-feira.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina, Silvaney Bernardi, os funcionários que continuaram trabalhando na Repar estão correndo riscos. "O processo de trabalho dentro da refinaria é complexo, envolve processos perigosos, se você está com pessoal no limite da exaustão. Dependemos de uma resposta da empresa para saber como será resolvido esse impasse", disse.
A Petrobras, por meio da assessoria de imprensa, confirmou no início da tarde desta quarta-feira que os colaboradores estão trabalhando por mais 18 horas seguidas, mas que o fato foi acordado entre os trabalhadores. A empresa alega que há um revezamento interno entre os funcionários para que não haja exaustão entre os empregados.
O Ministério Público do Trabalho do Paraná informou que deve investigar se a Petrobrás está agindo com regularidade ao manter os trabalhadores do turno de terça-feira em serviço até a meia noite desta quinta-feira.
Ao ser procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a empresa não quis se pronunciar a respeito dos trabalhadores que continuam em serviço. Pela manhã desta quarta-feira, a Petrobras declarou que as manifestações não afetaram a produção em nenhum dos postos afetados pela manifestação e afastou o risco de desabastecimento.
No Paraná, a mobilização atinge a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, a Usina do Xisto (SIX) de São Mateus do Sul e os terminais Transpetro de Biguaçu, Guaramirim, Itajaí, Paranaguá e São Francisco do Sul, bases de representação do Sindipetro Paraná e Santa Catarina.
Negociações
A companhia de petróleo manifestou no dia 19 de setembro a intenção de fornecer um reajuste baseado no IPCA (5,2%) mais um ganho real de 0,9% a 1,2% aos trabalhadores. Os índices foram rejeitados em assembleias, e o ato de alerta sobre a possibilidade de greve foi aprovado.
Os manifestantes pedem aumento igual ao Índice de Custo de Vida do Dieese no período (6,1%), mais ganho real de 10%, reajuste no auxílio almoço e auxílio refeição, adicional de periculosidade de 20% sobre o salário base de qualquer trabalhador, entre outras reivindicações.
Manifestações pelo país
Liderado pela Federação Única dos Petroleiros, o movimento de paralisação atinge refinarias de Manaus (Rerman), Minas Gerais (Regap), Caxias (Reduc), São Paulo (Recap e Replan), Rio Grande do Sul (Refap), além do Paraná. Nas bases do norte fluminense, 41 plataformas da Bacia dos Campos aderiram à paralisação de 24 horas. Todas as unidades marítimas e terrestres do Ceará, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Bahia tiveram suas atividades suspensas desde às 7 horas desta quarta-feira.
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