Embora assembleias de sindicatos tenham marcado uma greve dos trabalhadores da Petrobras para esta quarta-feira (16), conforme divulgado nesta terça em nota da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o coordenador geral da entidade, João Antônio de Moraes, disse que o movimento não deve ser deflagrado. Ele afirmou que os petroleiros farão mais uma rodada de assembleias até a próxima semana para avaliar uma nova proposta da estatal, o que foi confirmado pela empresa.
Segundo Moraes, na tentativa de evitar a greve, a Petrobras elevou de 9% para 10,7% a proposta de reajuste nos salários. O sindicalista diz que a nova oferta ainda não atende a reivindicação dos petroleiros de algo em torno de 17%, já que os trabalhadores querem um ganho real de 10% sobre a reposição da inflação. Mesmo assim, a proposta será debatida nos sindicatos até segunda-feira da semana que vem, quando então deve haver uma decisão definitiva sobre a paralisação.
Moraes afirmou que até pode haver espaço para a negociação salarial, mas que o ponto mais crítico das conversas com a Petrobras é a recusa da estatal de dar, na visão dele, um "aspecto mais democrático" à política de segurança do trabalho e meio ambiente. Segundo ele, os sindicatos estão preocupados com os acidentes que já teriam provocado a morte de 16 trabalhadores este ano, 14 deles terceirizados.
"A Petrobras não permite a participação de representantes dos trabalhadores nas comissões que apuram os acidentes, só quando há mortos. Queremos participar de todas justamente para evitar mais mortes", disse Moraes. Para Moraes, será muito difícil a estatal evitar o movimento sem aceitar reformar sua política de segurança do trabalho. "A segurança é uma questão que, para nós, está acima do econômico", frisou.
A Petrobras informou hoje que não tem ainda um novo posicionamento em relação à ameaça de greve divulgada pela FUP. Segundo sua assessoria de imprensa, a companhia aguarda uma manifestação favorável dos empregados em relação à sua última proposta para as cláusulas econômicas e sociais para o acordo coletivo de 2011. Em nota, a empresa afirma que as novas propostas contemplam "diversos avanços em SMS (políticas sociais de meio ambiente e de segurança), no plano de saúde dos empregados, entre outras cláusulas sociais".
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