O preço do barril do petróleo voltou a bater recorde nesta quarta-feira, aproximando-se, mais uma vez, da barreira psicológica de US$ 100. O avanço foi impulsionado pela redução na estimativa de crescimento dos EUA feita pelo Federal Reserve e contribuiu para a baixa nas bolsas internacionais.
No início das negociações no after market, o barril para entrega em janeiro chegou a atingir US$ 99,29, recuando, pouco depois, para US$ 98,29. Às 9h21(horário de Brasília), o contrato do petróleo leve negociado em Nova York caía 0,65 dólar a US$ 97,38. Em Londres, o contrato do tipo Brent recuava US$ 0,69 a US$ 94,80, depois de ter sido negociado a US$ 96,53.
A alta do combustível é reforçada pelo tempo mais frio nos Estados Unidos e pelas expectativas em relação ao novo balanço americano dos estoques de petróleo e derivados da semana passada, que sai hoje à tarde. Os analistas esperam que os dados mostrem um aumento de 600 mil barris nas reservas de petróleo bruto, e um avanço de 800 mil barris nos estoques de gasolina. No caso dos derivados, a aposta é um avanço de 300 mil barris na última semana.
Nos EUA, nas negociações eletrônicas realizadas depois do fechamento da bolsa de NY, o barril alcançou US$ 99,30, enquanto o Brent, na Europa, chegou a US$ 95,49. As cotações se aproximam das registradas no início dos anos 80, quando ocorreu a segunda crise do petróleo. Na ocasião, o barril chegou a ser negociado acima de US$ 100.
Segundo analistas, as cifras recordes registradas nesta semana também foram influenciadas pelos boatos de que alguns integrantes da organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), como Irã e Venezuela, planejam mudar a moeda de referência, o dólar.
- Os preços do petróleo têm todos os motivos para subir. O dinheiro especulativo está entrando no mercado enquanto o dólar vai enfraquecendo. Além disso, há ainda a preocupação com o fornecimento no inverno - disse um analista asiático.
O enfraquecimento do dólar ajuda a proteger a demanda por petróleo em economia não dolarizadas , o que poderia levar os produtores da Opep a manter um preço alto para equilibrar o reduzido poder de compra dos petrodólares.
Os preços de alguns metais, como o ouro, também subiram com a queda do dólar, enquanto outros, como o cobre e o zinco, despencaram.
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