O petróleo atingiu ontem a menor cotação desde a crise financeira global de 2009, com a perspectiva de uma guerra de preços. O barril negociado na Bolsa de Nova York despencou 10%, negociado a US$ 66,15 no contrato com vencimento em janeiro referência no mercado internacional. A cotação é a menor desde 25 de setembro de 2009.
O mercado respondeu à decisão da Opep (organização dos países exportadores) de manter a sua meta de produção em 30 milhões de barris ao dia no primeiro semestre, mesmo diante de preços mais baixos nos últimos meses. Desde setembro, a commodity já vinha apresentando queda superior a 30%.
Analistas interpretaram a decisão como uma tentativa da Opep de conter o avanço da exploração de petróleo por meio da técnica de fraturamento hidráulico, o chamado "fracking", nos EUA. Com ela, a produção norte-americana atingiu o maior nível em 30 anos, contribuindo para um superávit de petróleo no mercado global.
Como a expansão dos EUA na produção de petróleo significa uma queda na demanda por barris da Opep, o cartel tenta, com o jogo de preços, eliminar novos concorrentes do mercado. Estimativas para o custo de extração de petróleo por meio do "fracking" nos EUA variam bastante, mas a referência mais utilizada pelo mercado é de US$ 60 por barril.
As ações de petroleiras caíram com a nova guerra de preços. Os papéis da ExxonMobil caíram 4%, e os da Chevron, 5%.