No momento, as cotações do petróleo no mercado internacional e o desempenho da economia norte-americana estão favoráveis à Bovespa. Mas quem pretende ingressar no mercado não pode se descuidar desses dois fatores, que estão entre as principais influências sobre os negócios na bolsa brasileira.
Quando a economia norte-americana está aquecida, passa a demandar mais petróleo, principalmente para o transporte e a geração de energia elétrica. Se o consumo do óleo aumenta mais rapidamente que a produção, a tendência óbvia é de um aumento dos preços que, por sua vez, elevam a inflação nos EUA, obrigando o Fed (o banco central norte-americano) a aumentar as taxas de juros, na tentativa de desaquecer a economia. É mais ou menos o que o Banco Central faz no Brasil.
Aumentos mais fortes no juro americano, atualmente em 5,25% ao ano, costumam fazer com que os investidores estrangeiros tirem o dinheiro que está aplicado em países emergentes menos seguros e comprem títulos da dívida norte-americana, mais confiáveis. Foi exatamente o que aconteceu na metade do ano, quando uma porção de investidores "migrou" do Brasil para os EUA, derrubando as cotações da Bovespa.
Mas o preço do petróleo não é influenciado apenas pelos EUA. Sempre que há uma crise envolvendo grandes produtores como a Rússia ou o Oriente Médio, o preço também sobe. A soma de previsão de forte aquecimento da economia mundial em 2007 e problemas políticos elevou o barril ao seu recorde histórico em julho mas, passados os temores, a cotação caiu cerca de 25% desde então.
Preocupados, os grandes produtores mundiais de petróleo, reunidos na Opep, decidiram na quinta-feira cortar sua produção diária em 1 milhão de barris (cerca de 3,6% do que produzem hoje). Por enquanto, não deu certo: na sexta-feira, o petróleo atingiu o menor patamar do ano (cerca de US$ 57 por barril). Bom para os EUA, bom para o Brasil. Mas, se o combustível voltar a subir com força, o investidor da Bovespa deve se preparar para possíveis quedas nas ações. (FJ)