Maringá – A Operação Narciso, como foi chamada a atuação da Polícia Federal, teve uma ramificação no Paraná. Agentes federais cumpriram ontem um mandado de busca e apreensão no escritório da empresa Opus Trading Ltda, no centro de Maringá. A ação começou às 7 horas e durou até as 14 horas, contando com três viaturas e aproximadamente dez agentes que apreenderam computadores e documentos. Ninguém foi preso.

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O mandado foi expedido pela Justiça de São Paulo para localizar documentos que indiquem negociações entre a Opus e a Daslu. A empresa de Maringá teria realizado operações de desembaraço aduaneiro para a loja em 2004. "Só prestamos poucos serviços aduaneiros no ano passado para a Daslu e ficamos surpresos com esta operação", afirmou o advogado da Opus, Daniel Borges, que informou que a empresa está "rigorosamente dentro da lei".

A Opus ficou fechada no período da tarde e os telefones não foram atendidos. Segundo informações no site da empresa, a importadora tem escritórios em São Paulo, Curitiba, Foz do Iguaçu, Uruguaiana, Chuí e Jaguarão. A empresa atua nos portos de Santos, Paranaguá, Itajaí, Rio de Janeiro e em armazéns em Montevidéu (Uruguai) e em Miami (EUA).

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Denúncia

Durante as investigações na Daslu, houve rumores de falsificação dos produtos vendidos na loja. Algumas roupas teriam sido confeccionadas no Brasil e estariam à venda com etiquetas importadas. "Nunca ouvimos nada sobre isso nos bastidores por aqui", comenta o presidente da Associação dos Shoppings Atacadistas de Cianorte (Asamoda), Wilson Becker, que não acha que a operação vai prejudicar as empresas de vestuário da região. "A Daslu trabalha com uma classe altíssima, bem diferente do nosso público", disse.

O diretor da Associação Paranaense da Indústria Têxtil e do Vestuário (Vestpar), Valdir Escalon, afirmou que nunca foi à Daslu e, segundo ele, a loja de São Paulo não vende roupa fabricada no Noroeste paranaense . "Seria uma besteira muito grande", comenta. "O que é comum são as marcas fabricarem roupas em um lugar e colocarem a sua etiqueta nas peças."

Esta foi a quarta operação policial de repercussão nacional realizada em Maringá em menos de um mês. No dia 17 de junho, a Operação Comboio Nacional apreendeu ônibus nas estradas da região; no dia 28, a Operação Grande Empreitada apreendeu documentos em construtora e tinha um mandado de prisão contra o proprietário da empresa suspeita de participar de um esquema de fraudes em licitações no Paraná; no dia 30, a Operação Monte Éden apreendeu documentos e prendeu dois funcionários de um frigorífico suspeito de fazer parte de um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

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