O Banco Mundial revisou hoje sua previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) da China para 9,5% em 2010 e 8,7% em 2011. Em janeiro, a instituição havia estimado expansões de 9% neste ano e no próximo.
De acordo com o Banco, a recuperação mais forte que a esperada do país após a crise econômica global significa que as autoridades deverão colocar freios sobre a política monetária e permitir alguma apreciação cambial, para evitar uma bolha de ativos.
"O investimento liderado pelo governo deverá se desacelerar", disse em comunicado o economista-chefe para a China, Ardo Hansson. "Mas as exportações deverão continuar a se recuperar em meio à melhoria da economia global, a atividade imobiliária deverá crescer fortemente este ano e o consumo deverá continuar sólido.
Com a China saindo da crise global mais rápido que a maior parte do resto do mundo, o principal desafio é evitar o aquecimento excessivo, em meio ao forte gasto do governo. "A política macroeconômica terá que ser mais apertada este ano do que em 2009", disse o economista sênior e principal autor do relatório, Louis Kuijs. "Ao contrário da maior parte dos demais países, o produto na China está perto do potencial. Portanto, a China precisa mais do que os outros países de uma postura macroeconômica diferente.
Como a política fiscal é considerada neutra de maneira geral, a maior parte do ajuste terá que ser feita por meio da política monetária. O Banco Mundial também instou por uma mudança rumo a uma taxa cambial mais flexível, apesar da resistência das autoridades chinesas.
A inflação deverá ficar contida, com os preços ao consumidor devendo subir 3,7% este ano e 2,8% em 2011. Mas a política monetária mais apertada, incluindo uma ênfase maior sobre as taxas de juros, será útil para conter o risco de uma bolha imobiliária, informou o banco.