Atualizado em 31/05/2006, às 11h36

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O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado, calculado pelo IBGE, apresentou crescimento de 1,4% no primeiro trimestre do ano, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. Em relação aos três primeiros meses de 2005, a economia brasileira teve crescimento de 3,4%. No acumulado de quatro trimestres, encerrados em março, a taxa avançou 2,4%.

- Os dados mostram que a economia recuperou-se frente ao último trimestre do ano passado e confirmou a expectativa de que os investimentos estão crescendo. A formação bruta de capital fixo foi o destaque, a boa notícia - avaliou Newton Rosa, economista-chefe do Sul América Investimentos.

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A formação bruta de capital fixo - uma medida dos investimentos - aumentou 3,7% sobre o trimestre anterior e 9% na comparação com o primeiro trimestre de 2005.

- Isso dá uma certa tranquilidade quanto à projeção de expansão de 3,5% a 3,8% no ano - acrescentou Rosa.

O economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, alertou, no entanto, para a composição desses dados.

- A parte dos investimentos não deixa de ser um dado importante, mas é preciso ver que boa parte (da alta) veio da construção civil. Então não foi tão significativo o aumento de capacidade.

Desempenho na indústria

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Analistas também destacaram o desempenho da indústria, com crescimento de 1,7% trimestre a trimestre e de 5% sobre igual período do ano anterior.

O consumo do governo avançou 1% frente ao quarto trimestre e 1,6% sobre o início de 2005.

Já o consumo das famílias desacelerou, registrando alta de 0,5% trimestre a trimestre. Sobre igual período de 2005, houve expansão de 4%.

- Houve surpresa na desaceleração do consumo das famílias, o que mostra que esse consumo não pressiona preços, então é um dado bom para o Copom (Comitê de Política Monetária) - afirmou Sandra Utsumi, economista-chefe do Bes Investimentos.

Alguns analistas esperam recuperação desse segmento ao longo do ano.

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- O aumento do consumo das famílias deve ser o principal dado para os próximos trimestres, refletindo aumento de renda, o reajuste do salário-mínimo -acrescentou Campos Neto, do Schahin.

O IBGE acrescentou que o setor de serviços teve crescimento de 0,8% sobre o quarto trimestre do ano passado e de 2,8% na leitura anual.

Salto das importações

Em relação ao quarto trimestre, a agropecuária avançou 1,1%, mas sobre o primeiro trimestre de 2005 houve retração de 0,5%.

"A taxa da agropecuária pode ser explicada pelo declínio de alguns produtos na safra de 2006. É o caso, por exemplo, do algodão, do arroz, e do amendoim, cujas safras são relevantes no primeiro trimestre - apontou o IBGE em comunicado".

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"Outro fator importante dentro da pecuária foi o desempenho dos bovinos, que ainda se recupera da ocorrência da febre aftosa."

As exportações de bens e serviços cresceram 3,9%, décimo-segundo trimestre consecutivo de alta. As importações saltaram 11,6%, a maior taxa desde o final de 1996.