O PIB (Produto Interno Bruto) da Espanha fechou 2012 com queda de 1,3%, em um sinal de aumento da crise no país, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Banco da Espanha, o banco central local.

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A instituição informa ainda que a quantidade de riquezas do país registrou queda de 0,6% no quarto trimestre, em relação ao período anterior.

A queda do PIB foi atribuída à diminuição da demanda interna (3,9%) tanto em consumo como em investimentos. A recessão só não foi maior devido ao aumento das exportações, que representaram 2,6% da economia.

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A quantidade de empregos criados também diminuiu em 2012 (-4,3%), em parte pela redução de cargos públicos, que caíram pela primeira vez desde que começou a crise. A redução faz parte de um dos cortes feitos pelo governo de Mariano Rajoy. Após três anos de recessão, a economia espanhola sofre com o aumento da dívida pública e o crescimento das medidas de austeridade, o que limita a possibilidade de investimentos e o crescimento de outros setores da economia.

Os cortes orçamentários, que afetaram áreas como a saúde, a educação e os programas sociais, provocam protestos intensos da população contra o governo de Rajoy, que assumiu em 2011.

A menor disponibilidade de recursos aumenta ainda mais a taxa de desemprego, que atingiu 26,6% da população em novembro, de acordo com dados do governo. Os mais afetados são os jovens, os quais mais da metade não têm trabalho.

Deficit

Mesmo com a queda do PIB devido às medidas econômicas, o país não será capaz de cumprir a meta de 6,3% do PIB para o deficit público, a diferença entre os gastos e a arrecadação do governo.

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Ontem, a Comissão Europeia previu que os números devem fechar acima de 8%. O resultado dos três primeiros trimestres foi de 8,3%, influenciado especialmente pelo resgate concedido aos bancos do país.

Os números deverão ser confirmados nas próximas semanas, quando Madri divulgar os números finais do balanço da arrecadação e dos gastos do governo. A economia de recursos é um dos passos exigidos pelo BCE (Banco Central Europeu) para recuperar os países em crise.

Caso confirmado o descumprimento da meta, aumentam os riscos de o governo de Mariano Rajoy pedir um resgate financeiro e ser o primeiro Estado da zona do euro a usar a troca de títulos da dívida pública proposta pelo BCE.