O Banco da Espanha informou nesta terça-feira (23) que o PIB (Produto Interno Bruto) do país registrou retração de 0,4% no terceiro trimestre deste ano. O número foi menor que o previsto pela instituição, que atribuiu o resultado à melhora da demanda nacional.

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No período de julho a setembro, o consumo interno no país registrou queda de 1,2%, dois décimos a menos que entre abril e junho.

A evolução da demanda foi afetada pela antecipação dos gastos dos consumidores ante o aumento do IVA (Imposto de Valor Agregado) e pelo alívio no plano de pagamento a fornecedores.

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Apesar da melhora, o BC espanhol prevê que o setor voltará a registrar queda no fim do ano, com o aumento de impostos e a diminuição dos salários, algumas das medidas de austeridade tomadas pelo governo para enfrentar a crise econômica.

Outro fator que contribuiu para que o índice não fosse menor foi a manutenção do nível das exportações, apesar da debilidade da atividade econômica e das incertezas causadas pela crise financeira, que limita os investimentos das empresas.

Em relação ao desemprego, que chegou a 25% da população em agosto, a instituição prevê que será mantida a tendência e poderá registrar aumento no terceiro trimestre.

Sobre as reformas estruturais, o Banco da Espanha informa que as medidas de austeridade do governo de Mariano Rajoy demorarão a fazer efeito sobre a economia e que o país sofre com a desaceleração da economia mundial.

Títulos

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No mesmo dia em que foi divulgada a primeira estimativa do PIB, a Espanha fez uma captação de 3,528 bilhões de euros em títulos da dívida pública com prazos de três e seis meses.

Os papéis com vencimento em janeiro de 2013 foram vendidos com juros em alta, passando de 1,25% em setembro para 1,45% na venda de hoje. Já os títulos previstos para abril registraram queda, passando de 2,3% para 2,1%.

Também foram concedidos papéis com prazo de dez anos, que registraram alta de juros para 5,57%, contra 5,297% na última sexta.

Na semana passada, a agência de qualificação de risco Moody's reduziu a nota de crédito de cinco regiões do país, o que provocou uma corrida aos títulos espanhóis, que tiveram aumento de juros.

O rebaixamento das regiões ampliou o nervosismo do mercado sobre a Espanha e a pressão sobre o governo de Mariano Rajoy para buscar um resgate financeiro ao BCE (Banco Central Europeu).

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