O Departamento de Comércio dos EUA divulgou ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu à taxa anualizada de 2% no terceiro trimestre, segundo dados revisados. A leitura é menor que o dado inicial, de expansão de 2,5%, e também ficou abaixo da estimativa dos analistas.
Uma forte revisão para baixo dos investimentos em estoques e ajustes menores nos investimentos das empresas e nos gastos de consumidores ajudaram a reduzir a leitura do PIB.
Nos próximos trimestres, a economia tende a sofrer os efeitos dos cortes no orçamento federal. Sem acordo entre republicanos e democratas, o governo fará cortes automáticos de US$ 1,2 trilhão em setores sensíveis, como infraestrutura e a área social.
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ImpasseEntenda o impasse em torno dos cortes no orçamento dos EUA e como isso afeta a economia deles e do mundo
Teto da dívida
Em agosto, na última hora, o Congresso dos EUA autorizou um aumento "escalonado" no teto do endividamento norte-americano. Esse aumento, entre US$ 2,1 trilhões e US$ 2,4 trilhões, elevou o valor máximo da dívida para até US$ 16,7 trilhões o suficiente para o Tesouro dos EUA "se garantir" até 2013.
Tesoura
A lei aprovada em agosto estabeleceu cortes automáticos de US$ 400 bilhões. E impôs que, até 21 de novembro, republicanos e democratas de um "supercomitê" definiriam cortes adicionais de algo entre US$ 1,2 trilhão e US$ 1,5 trilhão ao longo de dez anos.
Cortes automáticos
Como o supercomitê falhou nessa definição, será feito um corte automático de US$ 1,2 trilhão entre 2013 e 2022. Metade dessa economia virá de gastos militares e o restante, de gastos domésticos.
Solvência
Do ponto de vista da solvência da dívida dos EUA (que esteve muito ameaçada em agosto), há pouco problema: a lei aprovada três meses atrás estabeleceu os cortes automáticos que, em tese, permitirão aos EUA continuar se endividando.
Economia frágil
Um dos problemas é que os cortes automáticos (em vez de reduções negociadas e mais racionais) penalizam uma economia já fragilizada. A redução de despesas em infraestrutura e sociais tende a frear o débil crescimento do país e piorar o desemprego, hoje próximo de 10%.
Mundo em risco
Esse conjunto de problemas reforça a impressão de que os EUA maior economia do mundo podem não ser capazes de compensar a estagnação de boa parte do mundo desenvolvido, principalmente a Europa. Com isso, a economia global tende a crescer ainda menos.