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Conjuntura

PIB soma R$ 918,6 bi e sinaliza aquecimento

Rio (Folhapress) – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro somou R$ 918,6 bilhões no primeiro semestre, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente no segundo trimestre, o PIB totalizou R$ 480,4 bilhões, contra R$ 435,5 bilhões no segundo trimestre do ano passado.

O crescimento do PIB no segundo trimestre, divulgado há cerca de um mês, foi de 1,4% na comparação com os três primeiros meses do ano. O resultado representa a maior expansão desde o primeiro trimestre de 2004, quando a economia havia crescido 2% e marca o aquecimento da economia nacional após dois trimestres de marcha lenta.

Os destaques do segundo trimestre foram a retomada dos investimentos e o avanço da indústria. A base de comparação fraca e o crédito voltado para a ampliação do investimento criaram o cenário ideal para a expansão. Após dois trimestres de queda, o investimento cresceu 4,5%.

A indústria ganhou fôlego e liderou a expansão sob a ótica da produção com um crescimento de 3% no segundo trimestre. A expectativa de analistas, no entanto, é de que os resultados do segundo trimestre representem o ápice de crescimento da economia neste ano.

As exportações também contribuíram para a maior expansão da economia no segundo trimestre com um crescimento de 2,6%, mesmo com uma taxa de câmbio considerada desfavorável para os exportadores. Após a divulgação dos resultados, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, reviu a sua projeção de crescimento da economia de 2,8% para 3,5%.

No segundo trimestre do ano, o consumo das famílias agregou ao PIB R$ 263 bilhões. Os investimentos representaram R$ 95,6 bilhões e o consumo do governo somou R$ 86,7 bilhões. Os impostos foram responsáveis por R$ 51,2 bilhões. A análise por setores mostra que a indústria contribuiu com o equivalente a R$ 170,1 bilhões. Já a agropecuária e os serviços somaram R$ 42,45 bilhões e R$ 239 bilhões, respectivamente.

O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos por um país. É formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Nesse caso, o PIB é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.

Investimento

A taxa de investimento na economia brasileira chegou a 19,9% do PIB no segundo trimestre deste ano, segundo os dados divulgados ontem. Trata-se da maior taxa de investimento para um segundo trimestre desde 1997, quando o percentual havia sido de 20,4%. No semestre, a taxa ficou em 19,9%, a maior para um primeiro semestre desde 2001, quando havia ficado em 20,2%.

Os investimentos agregaram R$ 95,59 bilhões ao PIB no segundo trimestre deste ano. A taxa de investimentos reflete a compra de máquinas e equipamentos destinados à ampliação do parque industrial e também para a construção civil.

A taxa de poupança permaneceu num patamar elevado, em 24% do PIB. O resultado representa o segundo melhor desempenho desde 1995, mas significa uma ligeira queda em relação ao segundo trimestre do ano passado, quando ela atingiu 25% do PIB.

No semestre, a taxa de poupança ficou em 23,2%, um resultado inferior ao de igual período do ano passado, quando havia sido de 24,1%. A taxa de poupança serve como parâmetro da capacidade de investimentos porque representa os recursos disponíveis para aplicação nos mercados interno e externo.

Os resultados divulgados ontem mostram que a capacidade de financiamento (disponibilidade de recursos que o país tem para emprestar ao restante do mundo) apresentou ligeira queda em relação ao ano passado. Ela passou de R$ 9,6 bilhões no segundo trimestre de 2004 para R$ 5,9 bilhões no segundo trimestre deste ano. Segundo o IBGE, o fator preponderante para a redução foi o resultado R$ 2,6 bilhões inferior ao do segundo trimestre do ano passado do saldo externo de bens e serviços por conta do aumento das importações e da taxa de câmbio.

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