As contas do Tesouro Nacional fecharam outubro com o saldo mais baixo para o mês desde 2004, e o governo até agora só acumula 46% da meta prometida para o ano. Preventivamente, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, antecipou um "resultado histórico" para novembro e manteve, ao menos oficialmente, o compromisso com a meta fixada para 2013. Segundo os dados divulgados ontem, a arrecadação de impostos e outras receitas foram suficientes para cobrir, com uma sobra de R$ 5,4 bilhões, as despesas com pessoal, programas sociais, custeio administrativo e investimentos.
Estados e municípios
Essa sobra, chamada de superávit primário, é destinada ao abatimento da dívida pública e também tem um papel no controle da inflação. O desempenho do mês passado foi bem melhor que o de setembro, quando faltaram R$ 10,5 bilhões no caixa federal, mas ainda está longe do necessário para garantir o cumprimento da meta fixada para o ano. Com gastos em crescimento e receitas abaixo do esperado, o governo Dilma Rousseff poupou nos primeiros dez meses do ano R$ 33,4 bilhões, muito abaixo dos R$ 64,5 bilhões obtidos em 2012 e dos R$ 87 bilhões de 2011, considerando períodos equivalentes. Teoricamente, até dezembro a poupança tem de atingir R$ 73 bilhões, segundo o objetivo definido em julho. Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo central entregará oos R$ 73 bilhões, e que o restante da meta dependerá do desempenho de estados e municípios, que devem registrar primário de R$ 23 bilhões a R$ 26 bilhões.