A confiança do consumidor norte-americano caiu inesperadamente em junho, sugerindo que a recessão, que já dura 18 meses, ainda não aliviou a pressão sobre a economia.
Um relatório separado sobre os preços das moradias em abril nas principais cidades ofereceu sinais animadores de que a pior fase do declínio do mercado imobiliário pode ter acabado, mas não foram suficientes para entusiasmar os investidores.
A atividade empresarial na cidade de Nova York e na região Meio-Oeste dos Estados Unidos permaneceu fraca e as redes de varejo enfrentaram um mês difícil em junho.
O investidor bilionário George Soros contribuiu para o tom de cautela, dizendo que os temores de inflação devem elevar os custos dos empréstimos e restringir o crescimento assim que os mercados financeiros se recuperarem.
Os principais índices de ações reverteram os ganhos iniciais e caíram após o índice de confiança do consumidor do Conference Board ter mostrado que as famílias sentem-se mais desanimadas com a situação atual e menos otimistas sobre uma eventual recuperação econômica.
O índice de confiança caiu para 49,3 em junho, ante 54,8 em maio. Economistas consultados pela Reuters previam leitura de 55,0.
Indicadores do Standard & Poor's/Case Shiller mostraram que os preços de moradias para uma família declinaram em abril frente ao mês anterior, mas em ritmo mais moderado. Houve alguns sinais de esperança, à medida que 13 das 20 regiões metropolitanas monitoradas apresentaram alguma melhora.
"Embora dados de um mês não possam determinar se uma reviravolta começou, parece que alguma estabilização pode estar surgindo em algumas regiões", afirmou David Blitzer, chairman do comitê responsável pelo índice na S&P.
"Estamos entrando num período sazonalmente forte no mercado imobiliário, então levará tempo para determinar se uma recuperação realmente está presente."
Bill Schultz, chefe de investimentos da McQueen, Ball & Associates, na Pensilvânia, disse que menos notícias ruins são certamente um alívio para os investidores, mas que a paciência deles pode em breve começar a diminuir.
"Para fazer com que os mercado passem para o próximo nível, você terá que ver os preços pararem de cair e começarem a subir num futuro não muito distante", acrescentou.
O índice de condições dos negócios em Nova York, da Associação Nacional dos Gerentes de Compra (NAPM, na sigla em inglês), piorou em junho, embora os pesquisados sintam-se um pouco melhores sobre a perspectiva de seis meses.
O indicador caiu para 44,8 em junho, ante 61,3 em maio, enquanto o componente de perspectivas para os próximos seis meses subiu a 58,3, frente a 56,1 em maio.
Um relatório similar sobre a atividade empresarial no Meio-Oeste dos EUA registrou alguma melhora em comparação ao mês passado, mas ainda apontou uma economia fraca.
Leituras sobre a saúde do setor varejista não apresentaram tendência clara.
Um relatório do Conselho Internacional de Shopping Centers e do Goldman Sachs mostrou que as vendas em redes de lojas aumentaram modestamente na semana passada frente ao ano anterior. Já um relatório da Redbook Research indicou um declínio acentuado.
Ainda assim, ambos os grupos esperavam um desempenho mensal fraco das principais redes de varejo, conforme os consumidores reduzem os gastos.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast