A startup brasileira Pipefy recebeu nova rodada de investimentos vinda de seu mercado mais promissor: os Estados Unidos. São US$ 45 milhões (algo em torno de R$ 170 milhões) aportados pelo fundo nova-iorquino Insight Partners, com participação também do OpenView e Trinity Ventures, que já são investidores da companhia, focada em oferecer soluções de gestão para a melhoria de processos do dia a dia das empresas.
O dinheiro, segundo o fundador e CEO da Pipefy, Alessio Alionço, será destinado ao aprimoramento e desenvolvimento contínuo da plataforma e a acelerar o crescimento da startup no mercado norte-americano. "Basicamente são duas coisas: primeiro, continuar investindo em produto, para dar uma experiência melhor para o usuário e aumentar a capacidade de escalabilidade, do ponto de vista de permitir que o usuário consiga resolver cada vez mais problemas diferentes nesse “canivete suíço” que a gente construiu para ele. E do outro lado, é a parte de aceleração de go-to-market no mercado americano".
Com 20 funcionários em seus dois escritórios já estabelecidos no país, nas cidades de Austin e São Francisco, a perspectiva é por ampliar contratações, movimentação que não ficará restrita, entretanto, àquelas sedes. Nos EUA, as adições à equipe devem ser em vendas e marketing; no Brasil (mais especificamente em Curitiba, onde fica a companhia) o reforço será concentrado em profissionais de engenharia de software e design. "A gente vai crescer o nosso quadro de funcionários em 50%", revela o CEO, o que deve levar o número de colaboradores dos atuais 180 para 270 nos próximos meses.
Criada em 2015, a Pipefy tem crescido mais de 300% ao ano, mas não abre números sobre faturamento. A companhia tem, atualmente, 150 mil clientes em mais de 140 países. São companhias que utilizam a plataforma digital de autosserviço que dispensa o suporte técnico de profissionais de TI. Baseada em metodologia Lean, o software faz gerenciamento de processos e fluxos de trabalho, permitindo - principalmente - a automatização de tarefas repetitivas e maçantes, que não agregam valor às operações.
Sobre o alvo escolhido para a injeção de investimentos, Alionço destacou características de mercado mais vantajosas do que as observadas no ambiente corporativo brasileiro. "Uma empresa americana, em média, investe mais em tecnologia e produtividade do que uma empresa brasileira. Isso acontece", pontua o CEO, "porque o custo de mão de obra nos Estados Unidos é mais alto, então as empresas precisam investir mais na produtividade desse funcionário. Nosso percentual de sucesso e capacidade de vendas para clientes americanos é maior do que para o mercado local", avalia.
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