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Pagamentos instantâneos

Pix estreia “para valer” com estimativa de 94 milhões de transações por dia

Pix
Após duas semanas de testes, o Pix entra em operação ampla nesta segunda-feira (16). (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Depois de duas semanas de testes, o sistema de pagamentos instantâneos Pix estreia sua operação em capacidade total nesta segunda-feira (16). A partir de agora, todos os clientes das entidades participantes poderão realizar transações eletrônicas em segundos, sem quaisquer restrições de dia e horário ou taxas para pessoa física.

A plataforma do Banco Central levou dois anos para ser desenvolvida em conjunto com bancos e demais instituições financeiras. Mais de 700 bancos, fintechs, cooperativas e empresas de crédito e de pagamentos receberam o "ok" do BC para integrar o sistema. Isso quer dizer que qualquer pessoa que tenha uma conta em uma instituição ligada ao Pix poderá fazer ou ser recebedor de operações instantâneas, com a entrada imediata do dinheiro, sem intermediários.

Nos preparativos para o lançamento integral do Pix, a primeira quinzena de novembro foi de "soft opening" e testes bem avaliados pelos envolvidos.

O diretor do Banco Central João Manoel Pinho de Mello, responsável pela coordenação dos trabalhos de implantação e desenvolvimento do Pix, afirmou que esse período inicial, de operação restrita, teve por objetivo garantir que o sistema de pagamentos entre o mais afinado possível em seu funcionamento amplo. A declaração ocorreu durante live promovida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

"O balanço é o melhor possível [...], a nossa avaliação é que é um sucesso estrondoso o período de testes em várias dimensões", afirmou Mello. "A gente vê o sistema funcionando, os bancos e os atores aqui aumentando o número de transações".

Segundo ele, essa "abertura controlada" serviu para detectar "problemas pontuais" no sistema. "É difícil saber quais são e antecipá-los é por isso que junto com o mercado, com as instituições financeiras, instituições de pagamentos, as cooperativas, e outros atores nós temos esse período de duas semanas de testes", disse.

O que vem pela frente

De acordo com dados apresentados pela Febraban, desde o início dos testes até a última quinta (12), foram feitas 826 mil transações, totalizando cerca de R$ 325 milhões. Só nas primeiras 24 horas de operação contínua do sistema – ocorridas entre os dias 5 e 6 de novembro – tiveram 57 mil transações registradas e R$ 21,1 milhões movimentados. Naquele momento, apenas 5% dos clientes das instituições podiam usar o Pix.

Para a Federação, o período se mostrou eficiente, com volumes significativos de transações. Na avaliação do diretor de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, Leandro Vilain, os números superaram as expectativas. Nos dias de testes, segundo ele, problemas identificados na operacionalização de transferências e pagamentos foram resolvidos em intervalos considerados curtos, de até meia hora, limpando o terreno para uma abertura total com menos risco de dificuldades técnicas e falhas.

"Apesar de [naquele momento] ser ainda um grupo relativamente pequeno de clientes, já houve adesão, foi um número bastante significativo. Então o ambiente está indo bem", afirmou.

A estimativa do Banco Central é de 94 milhões de transações diárias a partir da operação ampla do Pix nesta segunda (16). O número, no entanto, é considerado subdimensionado pela Dínamo, empresa responsável pela segurança do sistema junto ao Banco Central. Segundo o engenheiro de Soluções, Tadeu Barreto, a expectativa da Dínamo é de até 300 milhões de transações por dia, bem acima do previsto pelo BC.

Com esse volume, Barreto acredita que momentos de mais movimento no comércio, por exemplo, podem provocar picos de até 4 mil pagamentos simultâneos, com possíveis gargalos para a operação do Pix. Será um teste de fogo que vai depender de engrenagens bem azeitadas para que a performance seja atendida com sucesso.

Como fazer um Pix

Uma transação pelo Pix poderá ser realizada por meio do aplicativo do banco, fintech ou outra instituição habilitada pelo Banco Central para operar o sistema.

Vale o destaque: não há apps específicos do Pix, e todas as transações serão feitas unicamente pelos canas de atendimento oficiais os operadores. Assim, quaisquer links que indiquem cadastros ou enderecem para a realização de pagamentos foram desses ambientes podem ser uma isca lançada por fraudadores.

O Pix permitirá o pagamento de compras no comércio, quitação de impostos, pagamentos de fornecedores e transferências durante as 24 horas do dia e nos sete dias da semana, sem restrições para domingos ou feriados.

Para fazer um pagamento ou uma transferência, bastará acessar o ícone do Pix dentro do app do banco ou internet banking, inserir os dados do recebedor ou a chave Pix dele e, assim, mandar o dinheiro de modo imediato e totalmente rastreável.

Pessoas físicas vão fazer ou receber Pix gratuitamente. Para empreendimentos haverá uma taxa, mas que deve ser bastante reduzida em comparação às opções atuais do mercado: um centavo a cada pacote de dez transações. Outras cobranças podem ocorrer, entretanto, a depender da caracterização de uso das operações – caso se note que uma pessoa física está usando sua conta de modo comercial, por exemplo.

As transações efetuadas por meio do Pix contam com a mesma segurança das operações bancárias, pois serão efetuadas dentro do próprio sistema do BC. Os envios também contarão com análises internas e a vigilância por parte das operadoras do sistema de modo a evitar fraudes.

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