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Rumo a 2014

Planejamento deve aliar governos e empresas

Em 2006, Curitiba implementou algumas medidas para sediar os encontros COP8/MOP3, da Organização das Nações Unidas, como estações-tubo e linhas de ônibus temporárias. Se a cidade vier a ser uma das sedes da Copa do Mundo, as transformações serão maiores. "O Brasil tem como característica um turismo inter-regional e pouco internacionalizado. As mudanças necessárias para atender à demanda estrangeira não são coisas fáceis de se fazer e exigem muito planejamento e coordenação", observa o coordenador do Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia da Unicamp, Célio Hiratuka.

Com o intuito de bem receber tanta gente de tanto lugar diferente no evento da ONU, a Prefeitura de Curitiba instalou placas de trânsito com informações bilingües no início de 2006. Dessa forma, o estrangeiro sabe por onde ir para chegar até o "Botanical Garden", ou ao "Wire Opera House". Mas as placas só têm validade mesmo quando se está dirigindo. "A Linha Turismo é bilingüe, e temos uma série de empresas de locação de vans. Mas o transporte público talvez não seja de tão fácil compreensão para o estrangeiro. Talvez seja necessária uma adequação no que diz respeito aos idiomas", observa Juliana Vosnika, diretora-executiva do Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB).

A diretora do curso de Turismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Renata Ribeiro, também diz que a experiência com o evento COP8/MOP3 contribui bastante para a cidade "fazer bonito", caso venha a ser sede do Mundial. "Daquela vez foi feita uma boa preparação para que os estrangeiros compreendessem o sistema de transporte público. Mais adiante, quando realmente começar o planejamento com vistas à Copa do Mundo, poderíamos pensar em um novo layout para os ônibus de Curitiba", diz. Antes de qualquer coisa, diz ela, é preciso fazer um amplo levantamento e uma pesquisa mais aprofundada para saber quais projetos devem ser desenvolvidos.

"Obviamente que teríamos que compor um comitê local público-privado, para trabalhar todos os aspectos para cumprir com os requisitos da Fifa. Isso significaria trabalhar com indicadores sociais, ambientais, econômicos, culturais e de infra-estrutura, como transporte coletivo, segurança e saúde", observa o chefe do Departamento de Turismo da UFPR, Miguel Bahl.

Além do transporte público, é preciso pensar mais alto, literalmente. Durante a visita que fez a Curitiba no mês passado, junto com o comitê avaliador da Fifa, o vice-presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Ralph Lima Terra, disse que o aeroporto "é um ponto fundamental" e que ele "não pode fechar dia nenhum em uma Copa do Mundo". De acordo com Hiratuka, da Unicamp, também é preciso melhorar o transporte regional. "Quando o turista chegar nos aeroportos internacionais de São Paulo ou do Rio, ele terá que ter à disposição opções de transporte para chegar nas outras cidades", acrescenta. (RF)

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