Caminhões com cargas para o Porto de Santos terão que fazer agendamento prévio
A partir do ano que vem, os caminhões com cargas para o Porto de Santos terão que fazer o agendamento prévio a fim de sincronizar a chegada ao porto com a atracação da embarcação no terminal. O objetivo é evitar a formação de grandes filas, como ocorreu em março deste ano, por causa da supersafra de grãos. Além disso, serão disponibilizados pátios para que os caminhões fiquem estacionados aguardando a vez de entrar no porto.
Os veículos que não estiverem agendados não terão acesso ao porto, ficarão aguardando em um pátio de triagem próximo à região metropolitana de São Paulo. Ele só poderá ir para a Baixada Santista quando comprovar o agendamento. No caso de contêineres e de alguns terminais de tradings já existe o agendamento, mas agora será adotado de forma generalizada.
As novas regras de agendamento começam a valer em janeiro, para que, quando começar o período de maior movimentação de cargas, a partir de março, o sistema esteja operando plenamente. O governo está estudando a utilização de duas áreas públicas para fazer os pátios de triagem, e já fez uma chamada para proprietários de áreas privadas que quiserem disponibilizar terrenos para esse fim. Nesses casos, os caminhoneiros terão que pagar para ter acesso aos pátios.
CNA projeta crescimento de 3,5 por cento para o agronegócio em 2013
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio fechará o ano com alta de 3,56%. O valor representa R$ 1 trilhão em investimentos e recuperação em relação a 2012, quando o setor teve retração de 2,57%. A CNA prevê ainda aumento da participação da agricultura no PIB brasileiro, de 22,51% no ano passado para 22,8% em 2013. Os números foram divulgados nesta quarta (11), em balanço da entidade sobre o desempenho do agronegócio na economia brasileira.
Além do PIB, a CNA divulgou projeção sobre o Valor Bruto da Produção (VBP), uma estimativa de geração de renda pela atividade rural que abrange lavouras e pecuária. Segundo a entidade, o VBP deve fechar o ano em R$ 424,5 bilhões, cifra 8% mais alta do que a registrada em 2012. Para 2014, a previsão é que o VBP totalize R$ 438,2 bilhões, com alta de 3,2% em relação ao valor deste ano.
Três ministros do governo - Agricultura, Transporte e Portos - garantiram que não vai se repetir em 2014 o caos no trânsito em São Paulo devido ao escoamento da safra agrícola. Eles apresentaram nesta quarta-feira (11) medidas de curto, médio e longo prazo que o país está adotando para melhorar o sistema de exportação de grãos que, no próximo ano, tem previsão de enviar para fora do país mais de 100 milhões de toneladas, valor quase 10% maior que o que será realizado este ano.
A principal medida de curto prazo é o funcionamento de um sistema de controle de chegada de caminhões ao Porto de Santos, o principal exportador de grãos de país. O sistema vai ampliar o número de locais de retenção de veículos próximo à Região Metropolitana de São Paulo para evitar que o sistema Anchieta-Imigrantes e a cidade de Santos enfrentem grandes congestionamentos como no ano passado.
Os caminhões só vão poder descer a Serra do Mar se estiverem no horário agendado pelo porto. "Nesse ano houve uma ação não planejada de chegada da carga. Ano que vem estamos entrando com uma operação planejada, agendada para os acessos de forma a mitigar qualquer confusões nas entradas da cidade e nas estradas de acesso. Não vai se repetir a situação do ano passado", disse o ministro de Portos, Leônidas Cristino.
O ministro dos Transportes, Cesar Borges, afirmou que, com a solução dos problemas de chegada no porto, as estradas não serão empecilho ao escoamento dos grãos. Segundo ele, obras de maior porte para melhorar o escoamento principalmente pelo norte do país estão em desenvolvimento e algumas delas já poderão ser utilizadas parcialmente na próxima safra.
Ele criticou o fato de país não ter um sistema adequado para armazenar a safra, o que faz com que seja necessário escoar a maior parte dos grãos num curto período de tempo. Dados do governo mostram que em Santos, nos meses entre março e maio, são despachados em média 3,5 milhões de toneladas. Em outros meses do ano, a quantidade não chega a 1,5 milhão.
CNA
Em apresentação nesta quarta, a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), apontou um outro fator que deverá reduzir a pressão sobre os portos no ano que vem.
Segundo ela, no ano passado houve uma grande procura por milho brasileiro no fim do ano devido à quebra da safra americana. A exportação imprevista do milho nos últimos meses de 2012 e primeiros meses de 2013, atrasou o início das exportações de soja, produto que estava com mais de 70% da produção vendida previamente. Segundo ela, esses dois fatores não devem se repetir em 2014 porque a safra de milho americana está normal e os compradores de soja só reservaram até agora pouco mais de 30% da produção brasileira.
Problemas
Em março deste ano, o escoamento da supersafra de grãos do país causou problemas de congestionamento no Porto de Santos, onde filas de caminhões ocuparam grande parte das vias no entorno do terminal e nas rodovias que levam ao porto por vários dias.
Para o ministro da Agricultura, Antonio Andrade, o congestionamento no porto é um "bom problema" que o Brasil tem que enfrentar. "Espero poder assistir o Brasil enfrentando esse problema ao longo dos próximos dez anos", disse. A produção agrícola na safra 2013/2014 deve alcançar 195,91 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. A estimativa do governo, segundo o ministro, é ultrapassar 200 milhões de toneladas. A exportação de grãos deste ano deve fechar em torno de 90 milhões de toneladas e, para o próximo ano, poderá ultrapassar 100 milhões de toneladas.
O ministro dos Transportes, Cesar Borges, também anunciou melhorias em rodovias e ferrovias, para descentralizar a exportação de grãos no país, que hoje ocorre prioritariamente nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Entre as medidas está a duplicação da BR-163, em Mato Grosso, que já foi licitada e deve estar duplicada em cinco anos. Em relação às ferrovias, ele citou o trecho de 901 quilômetros entre Lucas do Rio Verde (MT) até Campinorte (GO), que deverá ser o primeiro a ser licitado pelo governo. "Queremos fazer a licitação no início do ano", disse Borges. Os estudos devem ser analisados pelo Tribunal de Contas da União em sessão extraordinária na próxima segunda-feira (16).
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast