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Plano de ajuda a banco belga anima mercado

Agência do Dexia: para governo belga, valor a ser pago pelo banco é razoável | François Lenoir/Reuters
Agência do Dexia: para governo belga, valor a ser pago pelo banco é razoável (Foto: François Lenoir/Reuters)

O governo belga confirmou na madrugada de ontem que será criado um banco residual, também conhecido como "banco podre", para isolar os ativos tóxicos do franco-belga Dexia, no marco do resgate multimilionário estipulado com a entidade. A solução para o Dexia, aliada à promessa feita no domingo pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pela chanceler alemã, Angela Merkel, de divulgar até o fim do mês um pacote de medidas para responder à crise, fizeram as bolsas fecharem em alta. A Bovespa teve a maior alta em dois meses.

O primeiro-ministro belga interino, Yves Leterme, confirmou em entrevista coletiva que o banco residual terá ativos de 90 bilhões de euros, que serão garantidos pe­­los Estados belga (60,5%), francês (36,5%) e luxemburguês (3%). Mais cedo, os governos destes três países já haviam anunciado acordo para um pacote de resgate ao Dexia. A instituição – o maior banco belga – é vista como primeira vítima da crise da dívida grega.

O governo belga vai pagar 4 bilhões de euros (cerca de R$ 10 bilhões) pelo controle total do Dexia Bancos Bélgica, valor considerado "razoável" pelo ministro das Finanças belga, Didier Reynders. O Estado belga considera que os termos do acordo se ajustam mais ou menos a seu objetivo de negociação, que era não ter de desembolsar mais de 1% do PIB nacional (3,6 bilhões de euros) pela compra do Dexia Bancos Bélgica. Além disso, as operações do Dexia na França seriam vendidas às instituições financeiras estatais Caisse des Depots et Con­signations (CDC) e ao La Banque Postale (braço bancário do serviço estatal de correios); e a unidade do Dexia em Luxem­burgo seria adquirida por um grupo de investidores que inclui o go­­verno daquele país.

Este é o segundo resgate do Dexia, após a intervenção pública em setembro de 2008, em meio à crise das hipotecas subprime nos Estados Unidos. Na época, os go­­ver­­nos francês, belga e luxemburguês injetaram 6,376 bilhões de euros para evitar seu colapso. O ministro Reynders também afirmou que a criação do "banco po­­dre" para isolar os ativos tóxicos se­­rá menos problemática que em 2008, porque os ativos afetados são essencialmente empréstimos a longo prazo das administrações locais que o Estado deve garantir.

"A concessão da garantia de financiamento e a execução das três operações vão fortalecer a segurança dos depósitos, dar uma margem de manobra para o grupo Dexia em termos de liquidez e reduzir sua exposição", disse o primeiro-ministro da França, François Fillon.

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