O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta quarta-feira que o pacote de US$ 838 bilhões aprovado na terça pelo Senado norte-americano é positivo porque vai impulsionar a economia dos EUA, o que é um avanço para a política econômica do presidente Barack Obama. Mantega, no entanto, acredita que o plano anunciado pelo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, para ajudar as instituições financeiras naquele país, não é suficiente para resolver o grande problema da economia norte-americana, que são os "ativos tóxicos", que estão encalhados nos bancos e impedem a volta das concessões de crédito.
"Esse é o problema. Tanto que o mercado reagiu mal à proposta porque não a achou suficiente", afirmou o ministro. "O governo dos EUA ainda não conseguiu dar uma resposta adequada para o maior problema da crise financeira que são os ativos podres."
Mantega observou que, embora o problema principal não tenha sido resolvido, o crédito global no sistema interbancário já retornou, mesmo que de forma modesta. Segundo ele, já é possível rolar alguns créditos no mercado internacional, o que não ocorria há dois ou três meses. "Alguma coisa melhorou. Existem bancos brasileiros que já estão conseguindo rolar de 60% a 70% dos vencimentos dos créditos internacionais. Mas está aquém daquilo que é desejado."
O ministro informou ainda que o sistema financeiro nacional está trabalhando no mesmo patamar de antes da crise. Mas, de acordo com ele, ainda faltam crédito para os pequenos e médios bancos e a entrada em vigor da modalidade de crédito que permitirá o uso das reservas para o pagamento de dívidas externas de empresas. "Com isso, estaremos atendendo a carência de crédito que ainda existe na economia brasileira. Mas, já está melhorando, tanto que a economia já está dando sinais de alguma reação positiva", disse. Segundo Mantega, o problema, em parte, continua sendo as taxas de juros, que precisam cair para viabilizar um crédito mais barato.
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