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Plano Nacional de Banda Larga passa por mudanças

A moldura que sustenta o Pla­­no Nacional de Banda Lar­­ga (PNBL) do governo federal está em reforma. O programa, criado em maio de 2010, não vinha apresentando grandes evoluções e agora sofre mu­­dan­­ça estratégica: o estado deve passar o papel principal para a iniciativa privada, a fim de cumprir suas metas. As­­sim, a Telebrás participará apenas fazendo a gestão da fibra óptica estatal – já existente –, levando em consideração a possibilidade de parcerias com o setor privado para a oferta de internet.

Rogério Santanna foi destituído da presidência da estatal a mando do ministro Paulo Bernardo, por ter opinião con­­trária à do Ministério quanto à participação da Telebrás no PNBL e culpar publicamente o baixo – e contingenciado – orçamento pela pouca evolução da política.

De um lado, o governo quer cumprir a meta – desenhada pela presidente Dilma Rousseff – de oferecer 1 Mbps a R$ 35 pa­­ra todo Brasil. Do outro, as ope­­radoras esperam regalias para oferecer o serviço sob as tais condições, como venda ca­­sada de telefonia fixa ou tevê a cabo; regulamentações mais flexíveis, como a aprovação do PLC 116 (que abre o mercado de tevê a cabo para as operadoras de telefonia e tira restrições pa­­ra o capital estrangeiro) e da ter­­ceira revisão do Plano Geral de Metas de Universalização, im­­posto ao setor de telefonia fixa.

Em meio ao conflito, organizações como OAB-SP e (Ins­ti­­tuto de Defesa do Consumi­dor (Idec), se uniram para exi­­gir mais participação popular e defender a gestão da internet sob regime público. Com o slogan "Banda Larga é um Di­­reito Seu" o grupo realizou um "tuitaço" no dia 21 com a hashtag #MinhaInternetCaiu ("nas mãos das teles").

"Pouco se sabe sobre os ru­­mos do PNBL, porque o ministro não coloca essa discussão publicamente", diz Veridiana Alimonti, advogada do Idec.

Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, avalia que, com as mudanças, o ministério coloca o Plano de acordo com os já feitos nos demais países no mundo, como a Coreia. "Não há verba suficiente. O Paulo Bernardo sabia que não teria jeito. Ou isso ou daqui a 20 anos estaria pior do que é hoje", diz.

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