Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
infraestrutura

Plano para aviação regional encolhe de 15 para três aeroportos no Paraná

Aeroporto de Maringá pode ser um dos primeiros a receber investimentos. | JONATHAN CAMPOS/Gazeta do Povo
Aeroporto de Maringá pode ser um dos primeiros a receber investimentos. (Foto: JONATHAN CAMPOS/Gazeta do Povo)

Mais de três anos depois do lançamento do Programa de Aviação Regional, o governo interino de Michel Temer decidiu rever a lista de aeroportos que receberão investimentos para melhorias e construção dos espaços. Dos 270 terminais previstos inicialmente no plano em todo o país, apenas 53 passam a ser considerados prioritários a partir de agora – a promessa é que eles recebam R$ 1,2 bilhão até 2020. O enxugamento afeta diretamente o Paraná, onde somente três dos 15 aeroportos incluídos no programa integram a lista de prioridades: Maringá, Cascavel e Ponta Grossa.

O que não significa que os demais municípios deixarão de ser atendidos. Segundo o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, 123 aeroportos no país ficarão em uma espécie de “lista de espera”, com os investimentos ocorrendo “de acordo com a disponibilidade financeira”. A lista final ainda não foi oficializada e, segundo o ministério, ainda precisará ser aprovada por Temer.

O que é certo é que outros 85 terminais já estão descartados por não serem viáveis, conforme a pasta. Pesou na decisão a proximidade com outros aeroportos, a baixa demanda prevista de passageiros e a falta de interesse das companhias aéreas em atuarem nos municípios –não se sabe ainda se os outros 12 aeroportos paranaenses entraram na categoria dos “rejeitados”.

Para especialistas consultados pela reportagem, o enxugamento não foi recebido com surpresa – a percepção é de que a lista inicial, com 270 terminais, estava “fora da realidade”, ainda mais com a crise no setor aéreo e o pé no freio das companhias, que seguem diminuindo operações domésticas. No Paraná, a preocupação maior é com um possível congelamento nos investimentos no Sudoeste do estado, considerada a mais deficitária em termos de logística e acesso – Pato Branco e Francisco Beltrão estavam na lista inicial.

“É fundamental ampliar os aeroportos já existentes, como os de Maringá e Cascavel. Mas o de Pato Branco também precisaria entrar nessa lista, até pelo investimento pequeno necessário para se ter voos imediatos”, defende o especialista em infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) João Arthur Mohr. Segundo ele, um estudo da Secretaria de Aviação Civil (SAC) já comprovou que o terminal da cidade poderia passar a receber voos comerciais com adequações que custariam em torno de R$ 6 milhões.

Para a Fiep, Guarapuava e Umuarama seriam as demais cidades vistas como prioridades no estado. Por outro lado, apesar da mobilização da indústria e da sociedade civil, a questão da viabilidade financeira das operações segue sendo o principal entrave nestes casos, lembra o consultor em transporte aéreo e professor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti do Paraná Mauro Martins. “Em muitos municípios, talvez fosse interessante (haver um aeroporto) pelo aspecto social, mas comercialmente não se mantém. Ao colocar uma rota, a empresa precisa pensar no longo prazo. E em várias cidades não há renda que sustente a operação”, resume.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.