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Como funciona

As ouvidorias são canais de comunicação da empresa com seus clientes, colaboradores e fornecedores. Entenda quando procurá-las e as diferenças para as outras formas de atendimento da organização.

Interna ou externa

O principal objetivo da ferramenta é ser uma atividade institucional de representação autônoma e independente, que acolhe manifestações dos cidadãos não solucionadas por outros canais de atendimento. Ela serve para demandas internas, de colaboradores, ou externas, de clientes.

Não é SAC

O Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) trabalha de acordo com os processos vigentes da organização, com padrões de atendimento e soluções predefinidas. É o responsável por atender, em primeira instância, as demandas relativas a solicitações, dúvidas, críticas, reclamações e elogios, gerando informações para a melhoria dos processos de trabalho. Quando o SAC não soluciona, a ouvidoria é o caminho.

Liberdade

O ouvidor deve ter liberdade para apresentar aquilo que coleta e contato direto com a diretoria. O objetivo final do setor é melhorar os processos e os serviços da empresa.

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Uma resolução da Agência Nacional de Saúde (ANS) obriga que a partir de outubro todas as operadoras de planos de saúde terão que implementar ouvidorias para atender seus consumidores. A intenção da agência reguladora é reduzir o número de conflitos e ações judiciais da atividade.

A experiência tem sido válida para outros setores que já são obrigados a trabalhar com ouvidorias. O consenso é de que, quando o canal é usado corretamente pelo consumidor e tem liberdade de atuação dentro da empresa, a ouvidoria é uma maneira eficiente dos clientes reivindicarem seus direitos e das companhias melhorares seus serviços.

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Para isso, um dos maiores desafios é que os consumidores entendam o funcionamento do canal. "Muitas vezes o cliente tenta resolver seu problema no SAC, não consegue e desiste ou então pula etapas e parte diretamente para a justiça ou o Procon. A ouvidoria é útil para ele no meio deste processo", afirma a gerente de relacionamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Karina Alfano. Segundo ela, as soluções são mais frequentes e os acordos ficam mais rápidos quando são tratados nas ouvidorias.

Eficiência

Para estabelecer a nova norma, a ANS tomou como exemplo a resolução da Superintendência de Seguros Privados (Susep) que desde 2005 incentiva as seguradoras a instalarem ouvidorias e, ano passado, determinou a obrigatoriedade do serviço. O órgão regulador avalia, a cada seis meses, os índices mínimos de eficiência e de qualidade das ouvidorias das seguradoras.

Ano passado, por exemplo, apenas 3% de um total de 46 mil solicitações de segurados se tornaram processos.

Experiência valiosa

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A experiência também tem sido valiosa para bancos e seus clientes. Obrigados a terem ouvidorias com regras unificadas desde 2010, as reclamações consideradas procedentes recebidas pelo Banco Central caíram. Enquanto antes em alguns meses o BC chegava a registrar mais de 7 mil reclamações merecidas, a média dos últimos 12 meses ficou em 1,7 mil. "O objetivo principal é a redução dos gastos com processos judiciais", afirma a diretora da comissão de Ouvidoria da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Salete Doniani. Mas o trabalho vai além. "Mais do que poupar, usamos a ouvidoria para evitar a reclamação, melhorando os processos".

Ainda assim, os bancos lideram as reclamações de todos os Procons do país. "É um serviço muito abrangente e complicado, não existe operação que não dependa de um banco", justifica.

Setores devem ter autonomia para que tenham resultado

O fato de as ouvidorias serem obrigatórias não é um benefício em si, dizem especialistas. Para que haja ganho real para o consumidor é preciso que as empresas estejam comprometidas com a essência do funcionamento do serviço, alerta Karina Alfano, gerente de relacionamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Segundo a especialista, isso pode ser resumido em duas principais vertentes: autonomia e acesso irrestrito à alta direção da empresa, de forma que a ouvidoria tenha posição de destaque nas organizações, permitindo que intervenha diretamente nos processos.

"É importante destacar que se não houver preocupação com o consumidor, na prática, não vai funcionar", afirma a gerente de relacionamento do instituto. Ela alerta que o tempo de resposta das ouvidorias também não deve ser diferente de acordo com a forma com que os clientes entram em contato com a empresa. "Os prazos de resposta a demandas do consumidor têm sido diferentes para quem entra em contato com as empresas pelas redes sociais e para aqueles que utilizam os canais tradicionais de atendimento, como telefone, e-mail e carta, mas não pode haver discriminação", observa.

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